
REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS PREDNISOLON
Efeitos prejudiciais são pouco prováveis de ocorrerem com a administração a curto prazo de PREDNISOLON (fosfato sódico de prednisolona), mesmo em altas doses. A maioria das reações adversas dos corticosteróides são aquelas resultantes de interrupção ou de uso prolongado em doses elevadas.
Os efeitos adversos associados ao uso dos corticosteróides em doses elevadas necessárias para produzir a resposta terapêutica1 são resultantes da ação excessiva sobre o balanço de eletrólito2: ação excessiva em outros aspectos do metabolismo3 incluindo gliconeogênese4; ação sobre a reconstituição tecidual e cicatrização e efeito inibitório da secreção de corticotropina pela glândula pituitária anterior5. A alteração do balanço hidroeletrolítico6 manifesta-se na retenção de sódio com edema7 e hipertensão8 e na excreção aumentada de potássio com o desenvolvimento de alcalose9 hipopotassêmica. Em casos extremos, pode induzir insuficiência cardíaca10. Alterações no balanço eletrolítico são naturalmente comuns com corticotropinas, cortisona, desoxicortona e hidrocortisona, mas ocorrem menos freqüentemente com derivados sintéticos como a prednisona e prednisolona. Outros efeitos metabólicos incluem mobilização de cálcio e fósforo, com osteoporose11 e fraturas espontâneas; depleção12 de nitrogênio e hiperglicemia13, com acentuação ou precipitação de estado diabético. As necessidades de insulina14 dos pacientes diabéticos são aumentadas e freqüentemente ocorre aumento do apetite.
Os efeitos sobre a reconstituição tecidual manifestam-se como ulceração15 péptica com hemorragia16 e perfuração, retardando a cicatrização de feridas e aumentando a predisposição para infecção17. Foi relatado aumento na suscetibilidade para todos os tipos de infecções18, incluindo septicemia19, infecções18 fúngicas20 e virais.
Doses elevadas de corticosteróides ou corticotropinas podem produzir sintomas21 típicos de hiperatividade do córtex adrenal, como "cara de lua", "corcova de búfalo", estrias e acne22, algumas vezes levando ao desenvolvimento completo da síndrome de Cushing23. Se a administração do hormônio24 for imediatamente descontinuada na presença destes sintomas21, eles são geralmente reversíveis, mas a brusca descontinuação pode ser perigosa. A dose de corticosteróide necessária para causar diminuição ou ausência da corticotropina no sangue25, com conseqüente atrofia26 do córtex adrenal e o tempo necessário para isto ocorrer são variáveis. A insuficiência27 adrenal aguda, com perda de consciência, pode ocorrer durante o tratamento prolongado ou na interrupção do tratamento e pode ser precipitada por infecção17 ou trauma.
Foi relatado retardo do crescimento em crianças e neste aspecto a cortisona apresenta 1/10 da potência quando comparada à prednisona e prednisolona. Outros efeitos tóxicos incluem alterações mentais e neurológicas, hipertensão8 intracraniana e na redução abrupta da dose durante o tratamento de artrite reumatóide28, fatalidades atribuídas a lesões29 de pequenas artérias30 e arteríolas31 similares à poliarterite.
Infecções18 podem ser mascaradas, visto que os corticosteróides apresentam propriedades antiinflamatórias e antipiréticas acentuadas e podem produzir sensação de bem-estar. A administração dos corticosteróides pode também causar redução no número de linfócitos circulantes. Fraqueza muscular é um efeito adverso ocasional da maioria dos corticosteróides, principalmente quando administrados em doses elevadas.
Ocorrem efeitos tóxicos com todas as preparações de corticosteróides e sua incidência32 eleva-se se a dose aumenta muito acima de 8 mg/ dia de prednisolona ou seu equivalente.
Freqüência de incidência32 de reações pós-comercialização
(> 5%)
Gastrintestinais: aumento de apetite; indigestão.
Neurológicas: nervosismo ou cansaço; insônia.
(1-5%)
Dermatológicas: reações alérgicas locais.
Gastrintestinais: podem ocorrer pancreatite33 e esofagite34 ulcerativa. Ulceração15 péptica é uma complicação ocasional. A elevada incidência32 de hemorragia16 e perfuração nestas úlceras35 e o seu desenvolvimento natural tornaram-se problemas terapêuticos graves. Alguns investigadores acreditam que a evidência disponível não suporta a conclusão que os esteróides causam úlcera36. Outros acreditam que apenas os pacientes com artrite reumatóide28 apresentam maior incidência32 de úlcera36. Foi proposto que os glicocorticóides alteram o mecanismo de defesa da mucosa37.
Oftalmológicas: o uso prolongado dos glicocorticóides pode resultar em catarata38 subcapsular posterior (particularmente em crianças), exoftalmia, ou aumento da pressão intraocular39 que pode resultar em glaucoma40 ou pode, ocasionalmente, danificar o nervo óptico e em casos raros, levar à cegueira.
O estabelecimento de infecções18 secundárias fúngicas20 ou virais dos olhos41 pode também ser intensificado.
Bioquímicas: todos os glicocorticóides aumentam a gliconeogênese4. A tolerância à glicose42 e a sensibilidade à insulina14 são diminuídas; desde que a função das ilhotas pancreáticas43 seja normal, o metabolismo3 dos carboidratos não é visivelmente perturbado. 1/5 dos pacientes tratados com elevadas doses de glicocorticóides desenvolveu diabete por esteróide.
O tratamento com doses elevadas de corticosteróides pode induzir hipertrigliceridemia acentuada, com plasma44 leitoso.
(< 1%)
Dermatológicas: os efeitos adversos dermatológicos dos corticosteróides incluem retardo da cicatrização das feridas, eritema45 facial, aumento da sudorese46, facilidade em ter hematoma47, hirsutismo48, erupção49 acneiforme na face50, peito51 e costas52, rubor nas estrias das coxas53, nádegas54 e ombros. Após vários meses de tratamento com doses elevadas, pode ocorrer diminuição da espessura da pele55. Manifestações dermatológicas de hipersensibilidade a corticosteróides incluem erupção49 cutânea56 e/ ou dermatite57 alérgica, urticária58 e angioedema59.
Corticosteróides induziram púrpura60 semelhante à púrpura60 senil. Esta púrpura60 normalmente ocorre em superfícies extensoras, no dorso61 da mão62 e na parte radial do antebraço63.
Neurológicas: os efeitos adversos neurológicos incluíram cefaléia64, vertigem65, atividade motora aumentada, neuropatia66 isquêmica, anormalidades no EEG e crises. Doses elevadas podem causar alterações comportamentais e de personalidade, variando de nervosismo, euforia ou alterações no humor a episódios psicóticos que podem incluir tanto estado maníaco quanto depressivo, estado paranóico e psicose67 tóxica aguda.
Há muito não se acredita que problemas psiquiátricos anteriores predispõem alterações comportamentais durante o tratamento com glicocorticóides. Inversamente, a ausência de uma história de doença psiquiátrica não é garantia contra a ocorrência de psicose67 durante a terapia hormonal.
Endócrinas: os efeitos endócrinos dos glicocorticóides envolvem variavelmente o eixo hipotalâmico-pituitário adrenal; a paratireóide e tireóide. Existem também efeitos metabólicos, envolvendo principalmente os carboidratos. Pode ocorrer supressão do crescimento nas crianças. A síndrome de Cushing23 pode resultar de elevação prolongada dos níveis plasmáticos de glicocorticóide.
Em alguns homens, o uso de corticosteróides resultou em aumento ou diminuição da motilidade e do número de espermatozóides68. Irregularidades menstruais são comuns.
Ocorre antagonismo entre a paratireóide e hipercorticismo. O hipoparatireoidismo latente pode não ser mascarado pela administração dos corticosteróides. A retenção de fosfato decorrente de insuficiência renal69 causada pela insuficiência27 adrenal pode também provocar manifestações de hipoparatireoidismo.
Gastrintestinais: os efeitos adversos gastrintestinais dos corticosteróides incluem náusea70, vômitos71, anorexia72 (que pode resultar em perda de peso), diarréia73 ou constipação74, distensão abdominal e irritação gástrica.
Cardiovascular: a atividade mineralocorticóide de um esteróide pode levar a retenção de sal e água, que pode resultar também em hipertensão8. Hipopotassemia75 pode causar arritmia76 e parada cardíaca.
Músculo-esqueléticas: osteoporose11 e fraturas por compressão vertebral podem ocorrer em pacientes de todas as idades. A osteoporose11 é uma indicação para a suspensão do tratamento.
Miopatia77, caracterizada por enfraquecimento da musculatura proximal78 dos braços, pernas e da sua musculatura pélvica79 e do ombro associadas, é ocasionalmente relatada em pacientes que estão sob tratamento com doses elevadas de corticosteróides e pode ser causada por relaxantes musculares não-despolarizantes. Isto pode ocorrer logo após o início do tratamento e pode ser suficientemente grave, impedindo os movimentos. Isto é uma indicação para a suspensão do tratamento.
Necrose80 asséptica avascular dos ossos foi freqüentemente descrita e envolve preferencialmente a cabeça81 do fêmur82 e úmero83.
Efeitos adversos causados pela interrupção do tratamento: fraqueza muscular, hipotensão84, hipoglicemia85, cefaléia64, náusea70, vômitos71, cansaço e dores musculares e nas articulações86. Fraqueza muscular e rigidez nas articulações86 podem persistir por um período de 3 a 6 meses após a descontinuação do tratamento. Reações adversas dos corticosteróides são aquelas resultantes da interrupção ou do uso prolongado em altas doses.
As seguintes reações adversas foram relatadas; entretanto, não existe nenhuma informação sobre sua incidência32:
Gerais: retardo do crescimento em crianças pelo tratamento a longo prazo com corticosteróides.
Hematológicas: aumento da contagem total de leucócitos87, com aumento nos neutrófilos88 e diminuição nos monócitos89, linfócitos e eosinófilos90.
Imunológicas: a freqüência e a gravidade das infecções18 clínicas aumentam durante a terapia com glicocorticóide.
Reações graves ou com risco de vida: supressão do eixo hipotalâmico-pituitário adrenal é uma das conseqüências de administrações repetidas de glicocorticóides (ver item "ADVERTÊNCIAS"). Em alguns casos, a insuficiência27 adrenal aguda após um período de tratamento com glicocorticóides foi fatal.
Neurológicas: epilepsia91 latente pode ser manifestada pelo tratamento com corticosteróide. Tratamento a longo prazo pode resultar em hipertensão8 intracraniana benigna.