CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS CYMBALTA

Atualizado em 28/05/2016

Descrição: CYMBALTA, cloridrato de duloxetina, é um inibidor da recaptação de serotonina e noradrenalina1 (IRSN). É apresentado em forma de cápsulas de liberação retardada para administração oral. Não está relacionado quimicamente a outros IRSN, tricíclicos, tetracíclicos ou outras drogas eficazes disponíveis no tratamento do transtorno depressivo maior (TDM). Seu nome químico é cloridrato de (+)-(S)-N-metil-?-(1-naftaleniloxi)-2-tiofenopropanamina. A fórmula empírica é C18H19NOS• HCl, que corresponde a um peso molecular de 333,88. É um sólido branco a branco levemente acastanhado e levemente solúvel em água.
Propriedades Farmacológicas
Mecanismo de Ação:
o mecanismo de ação presumido de CYMBALTA no tratamento da depressão maior está ligado à inibição da recaptação neuronal de serotonina e de noradrenalina1, resultando em um aumento na neurotransmissão destas substâncias no sistema nervoso central2.
Acredita-se que a ação de inibição da dor proporcionada por CYMBALTA seja resultado da potenciação das vias descendentes inibitórias de dor no sistema nervoso central2.
CYMBALTA é um inibidor potente da recaptação de serotonina e de noradrenalina1, apresentando afinidade fraca pelos transportadores que promovem a recaptação de dopamina3. Além disto, tem baixa ou nenhuma afinidade por receptores dopaminérgicos, histaminérgicos, colinérgicos e adrenégicos. Em estudos pré-clínicos, CYMBALTA aumentou os níveis extracelulares de serotonina e de noradrenalina1, de forma dosedependente, em várias áreas do cérebro4 de animais.
Estudos neuroquímicos e comportamentais em animais mostraram um aumento da neurotransmissão tanto de serotonina quanto de noradrenalina1 no sistema nervoso central2. CYMBALTA também normalizou o limiar de dor em diversos modelos préclínicos de dor inflamatória e dor neuropática5, além de atenuar o comportamento da dor em um modelo de dor persistente.
Farmacocinética:
Absorção -
Em humanos, CYMBALTA é bem absorvido quando administrado por via oral e sua concentração plasmática máxima (Cmax) ocorre 6 horas após sua administração. Quando administrado com alimento, o pico de concentração é atingido em 6 a 10 horas, ocorrendo também uma discreta diminuição na absorção (aproximadamente 11%). Não há diferença clinicamente importante nos parâmetros farmacocinéticos entre doses matinais e vespertinas.
Distribuição - O volume de distribuição aparente de CYMBALTA é de aproximadamente 1.640 litros. CYMBALTA encontra-se altamente ligado (> 90%) às proteínas6 plasmáticas, principalmente à albumina7 e à glicoproteína ?1-ácida. A ligação protéica não é afetada pela insuficiência renal8 ou hepática9.
Metabolismo10 - CYMBALTA é extensivamente metabolizado e seus metabólitos11 são excretados principalmente na urina12. As principais vias de biotransformação de CYMBALTA envolvem a oxidação do anel naftil, seguida por conjugação e posterior oxidação. Tanto CYP2D6 quanto CYP1A2 catalisam a formação dos dois principais metabólitos11 de CYMBALTA, o conjugado glucuronídeo da 4-hidroxi duloxetina e o sulfato conjugado da 5-hidróxi,6-metóxi duloxetina. Os metabólitos11 circulantes não são
farmacologicamente ativos.
Excreção - A meia-vida de eliminação de CYMBALTA é de 12,1 horas e o clearance plasmático é de 101 l/h. A maior parte de CYMBALTA (70%) é recuperada na urina12 na forma de metabólitos11 e aproximadamente 20% são recuperados nas fezes.
Farmacocinética em populações especiais:
Sexo -
Embora tenham sido identificadas diferenças farmacocinéticas entre homens e mulheres (clearance plasmático mais baixo em mulheres), a magnitude das alterações não foi suficiente para justificar um ajuste de dose baseado apenas no sexo.
Idade - Embora tenham sido identificadas diferenças farmacocinéticas entre mulheres de meia-idade e idosas (? 65 anos) [AUC13 (área sob a curva) é mais alta e a meia-vida é mais longa em mulheres idosas], a magnitude das alterações não foi suficiente para justificar um ajuste de dose baseado apenas na idade (ver POSOLOGIA).
Fumantes - A biodisponibilidade de CYMBALTA parece ser cerca de 1/3 mais baixa em fumantes do que em não-fumantes. No entanto, não há necessidade de modificações na dose baseadas apenas neste parâmetro.
Insuficiência renal8 - Análises farmacocinéticas populacionais sugerem que disfunção renal14 de leve a moderada (clearance de creatinina15 estimado 30-80 ml/min) não tem interferência significativa sobre o clearance da duloxetina.
Pacientes com doença renal14 em fase terminal, recebendo diálise16 intermitente17, tiveram os valores de Cmax e AUC13 de CYMBALTA duas vezes mais altos comparados com indivíduos sadios. A meia-vida de eliminação foi similar em todos os grupos.
Assim, CYMBALTA não é recomendado para pacientes18 com doença renal14 em fase terminal (necessitando de diálise16) ou com disfunção renal14 grave (clearance de creatinina15 < 30 ml/min) (ver CONTRA-INDICAÇÕES e USO EM IDOSOS, CRIANÇAS E OUTROS GRUPOS DE RISCO).
Insuficiência hepática19 - Pacientes com cirrose20 tiveram uma meia-vida de CYMBALTA substancialmente mais longa e o clearance foi de apenas aproximadamente 15% do clearance dos indivíduos sadios. Não é recomendada a administração de CYMBALTA em pacientes com insuficiência hepática19 (ver CONTRA-INDICAÇÕES e USO EM IDOSOS, CRIANÇAS E OUTROS GRUPOS DE RISCO).

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Complementos

1 Noradrenalina: Mediador químico do grupo das catecolaminas, liberado pelas fibras nervosas simpáticas, precursor da adrenalina na parte interna das cápsulas das glândulas suprarrenais.
2 Sistema Nervoso Central: Principais órgãos processadores de informação do sistema nervoso, compreendendo cérebro, medula espinhal e meninges.
3 Dopamina: É um mediador químico presente nas glândulas suprarrenais, indispensável para a atividade normal do cérebro.
4 Cérebro: Derivado do TELENCÉFALO, o cérebro é composto dos hemisférios direito e esquerdo. Cada hemisfério contém um córtex cerebral exterior e gânglios basais subcorticais. O cérebro inclui todas as partes dentro do crânio exceto MEDULA OBLONGA, PONTE e CEREBELO. As funções cerebrais incluem as atividades sensório-motora, emocional e intelectual.
5 Neuropática: Referente à neuropatia, que é doença do sistema nervoso.
6 Proteínas: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Alimentos que fornecem proteína incluem carne vermelha, frango, peixe, queijos, leite, derivados do leite, ovos.
7 Albumina: Proteína encontrada no plasma, com importantes funções, como equilíbrio osmótico, transporte de substâncias, etc.
8 Insuficiência renal: Condição crônica na qual o corpo retém líquido e excretas pois os rins não são mais capazes de trabalhar apropriadamente. Uma pessoa com insuficiência renal necessita de diálise ou transplante renal.
9 Hepática: Relativa a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.
10 Metabolismo: É o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. São essas reações que permitem a uma célula ou um sistema transformar os alimentos em energia, que será ultilizada pelas células para que as mesmas se multipliquem, cresçam e movimentem-se. O metabolismo divide-se em duas etapas: catabolismo e anabolismo.
11 Metabólitos: Qualquer composto intermediário das reações enzimáticas do metabolismo.
12 Urina: Resíduo líquido produzido pela filtração renal no organismo, estocado na bexiga e expelido pelo ato de urinar.
13 AUC: A área sob a curva ROC (Receiver Operator Characteristic Curve ou Curva Característica de Operação do Receptor), também chamada de AUC, representa a acurácia ou performance global do teste, pois leva em consideração todos os valores de sensibilidade e especificidade para cada valor da variável do teste. Quanto maior o poder do teste em discriminar os indivíduos doentes e não doentes, mais a curva se aproxima do canto superior esquerdo, no ponto que representa a sensibilidade e 1-especificidade do melhor valor de corte. Quanto melhor o teste, mais a área sob a curva ROC se aproxima de 1.
14 Renal: Relacionado aos rins. Uma doença renal é uma doença dos rins. Insuficiência renal significa que os rins pararam de funcionar.
15 Creatinina: Produto residual das proteínas da dieta e dos músculos do corpo. É excretada do organismo pelos rins. Uma vez que as doenças renais progridem, o nível de creatinina aumenta no sangue.
16 Diálise: Quando os rins estão muito doentes, eles deixam de realizar suas funções, o que pode levar a risco de vida. Nesta situação, é preciso substituir as funções dos rins de alguma maneira, o que pode ser feito realizando-se um transplante renal, ou através da diálise. A diálise é um tipo de tratamento que visa repor as funções dos rins, retirando as substâncias tóxicas e o excesso de água e sais minerais do organismo, estabelecendo assim uma nova situação de equilíbrio. Existem dois tipos de diálise: a hemodiálise e a diálise peritoneal.
17 Intermitente: Nos quais ou em que ocorrem interrupções; que cessa e recomeça por intervalos; intervalado, descontínuo. Em medicina, diz-se de episódios de febre alta que se alternam com intervalos de temperatura normal ou cujas pulsações têm intervalos desiguais entre si.
18 Para pacientes: Você pode utilizar este texto livremente com seus pacientes, inclusive alterando-o, de acordo com a sua prática e experiência. Conheça todos os materiais Para Pacientes disponíveis para auxiliar, educar e esclarecer seus pacientes, colaborando para a melhoria da relação médico-paciente, reunidos no canal Para Pacientes . As informações contidas neste texto são baseadas em uma compilação feita pela equipe médica da Centralx. Você deve checar e confirmar as informações e divulgá-las para seus pacientes de acordo com seus conhecimentos médicos.
19 Insuficiência hepática: Deterioração grave da função hepática. Pode ser decorrente de hepatite viral, cirrose e hepatopatia alcoólica (lesão hepática devido ao consumo de álcool) ou medicamentosa (causada por medicamentos como, por exemplo, o acetaminofeno). Para que uma insuficiência hepática ocorra, deve haver uma lesão de grande porção do fígado.
20 Cirrose: Substituição do tecido normal de um órgão (freqüentemente do fígado) por um tecido cicatricial fibroso. Deve-se a uma agressão persistente, infecciosa, tóxica ou metabólica, que produz perda progressiva das células funcionalmente ativas. Leva progressivamente à perda funcional do órgão.

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