MECANISMO DE AÇÃO NEURONTIN
A gabapentina está estruturalmente relacionada ao neurotransmissor GABA1 (ácido gamaaminobutírico), mas o seu mecanismo de ação difere de vários outros fármacos, que
interagem com as sinapses GABA1, incluindo o valproato, os barbitúricos, os
benzodiazepínicos, os inibidores da GABA1 transaminase, os inibidores de recaptação do
GABA1, os agonistas do GABA1 e os pró-fármacos do GABA1. Estudos in vitro com
gabapentina marcada com radioisótopos2 caracterizaram um novo sítio de ligação
peptídica nos tecidos cerebrais do rato incluindo neocórtex e hipocampo3, que pode estar
relacionado à atividade anticonvulsivante da gabapentina e dos seus derivados
estruturais. Entretanto, a identificação e a função deste sítio de ligação da gabapentina
ainda devem ser elucidadas.
A gabapentina, em concentrações clínicas relevantes, não se liga a receptores cerebrais
de outros neurotransmissores ou de outros fármacos comuns, incluindo receptores de
GABAA, GABAB, benzodiazepínicos, glutamato, glicina ou N-metil-d-aspartato.
A gabapentina não interage com os canais de sódio in vitro e, portanto, difere da fenitoína
e da carbamazepina. A gabapentina reduz parcialmente as respostas ao agonista4 do
glutamato (o N-metil-d-aspartato (NMDA)), em alguns sistemas de testes in vitro, mas
somente em concentrações maiores que 100 mM, que não são alcançadas in vivo. A
gabapentina reduz levemente a liberação de neurotransmissores monoaminérgicos in
vitro . A administração da gabapentina em ratos aumenta o turnover do GABA1 em várias
regiões do cérebro5, de modo semelhante ao valproato de sódio, embora em diferentes
regiões cerebrais. A relevância destas várias ações da gabapentina nos efeitos
anticonvulsivantes ainda não foi estabelecida. Em animais, a gabapentina penetra
rapidamente no cérebro5 e previne crises epilépticas por eletrochoque máximo, por
convulsivantes químicos incluindo inibidores da síntese do GABA1 e em modelos
genéticos de convulsões.