PROPRIEDADES FARMACOCINÉTICAS NEURONTIN
A biodisponibilidade da gabapentina não é proporcional à dose. Isto é, quando a dose
aumenta, a biodisponibilidade diminui. Os picos de concentração plasmática de
gabapentina são observados de 2 a 3 horas após a administração oral. A
biodisponibilidade absoluta de gabapentina cápsula é de aproximadamente 60%. A
alimentação, incluindo dietas ricas em gorduras, não tem efeito sobre a farmacocinética
da gabapentina.
A elimina ção da gabapentina plasmática é melhor descrita pela farmacocinética linear. A
meia-vida de eliminação da gabapentina independe da dose é, em média, 5 a 7 horas.
A farmacocinética da gabapentina não é afetada por administrações múltiplas e as
concentrações plasmáticas no estado de equilíbrio são previsíveis a partir dos dados de
dose única. Embora as concentrações plasmáticas da gabapentina nos ensaios clínicos1
tenham estado geralmente entre 2 mg/mL e 20 mg/mL, tais concentrações não permitem
prever a segurança ou a eficácia. As concentrações plasmáticas de gabapentina são
proporcionais às doses de 300 mg ou de 400 mg, administradas a cada 8 horas. Os
parâmetros farmacocinéticos estão descritos na Tabela 1.
TABELA 1
Resumo dos parâmetros farmacocinéticos médios (% DP) da gabapentina, no
estado de equilíbrio, após administração a cada 8 horas
Parâmetro Farmacocinético         300 mg            400 mg
                (N = 7)            (N = 11)
Cmáx (mg/mL)             4,02    (24)         5,50    (21)
tmáx (h)                 2,7      (18)         2,1      (47)
t1/2 (h)                 5,2      (12)         6,1       ND
AUC2 (0-¥) (mg.h/mL)         24,8    (24)         33,3    (20)
Ae% (%)                 NA       NA         63,6    (14)
ND = Não determinado
NA = Não disponível
Ae% = porcentagem de gabapentina inalterada que é excretada pela urina3
A gabapentina não se liga às proteínas4 plasmáticas e possui um volume de distribuição
equivalente a 57,7 litros. Em pacientes com epilepsia5, as concentrações de gabapentina
no liquor6 são correspondentes a aproximadamente 20% da concentração plasmática no
estado de equilíbrio. A gabapentina é eliminada exclusivamente por excreção renal7. Não
há evidência de metabolismo8 em seres humanos. A gabapentina não induz as enzimas
oxidases hepáticas9 de função mista, responsáveis pelo metabolismo8 dos fármacos.
Em pacientes idosos e em pacientes com insuficiência renal10, o clearance plasmático da
gabapentina é reduzido. A constante da taxa de eliminação, o clearance plasmático e o
clearance renal7 da gabapentina são diretamente proporcionais ao clearance da
creatinina11.
A gabapentina é removida do plasma12 por hemodiálise13. Recomenda-se um ajuste da dose
em pacientes com função renal7 comprometida ou em hemodiálise13 (vide "Posologia",
Tabela 5).
