RESULTADOS DE EFICÁCIA FUZEON

Atualizado em 28/05/2016


Estudos com pacientes submetidos a tratamento anti-retroviral anterior

Os estudos T20-301 (TORO-1) e T20-302 (TORO-2) encontram-se em andamento, sendo estudos randomizados, controlados, abertos, multicêntricos em pacientes infectados com HIV1-1, com pelo menos 3 a 6 meses de tratamento anterior com inibidores de transcriptase reversa nucleosídeos e não nucleosídeos e inibidores da protease2. Todos os pacientes receberam um regime otimizado de base (OB), consistindo de 3 a 5 agentes anti-retrovirais selecionados com base na história anterior do paciente, como também nas avaliações de resistência viral genotípica e fenotípica3 no baseline. Os pacientes foram randomizados na proporção de 2:1 para Fuzeon® (90 mg SC duas vezes ao dia) + OB ou somente OB.

Os estudos TORO-1 e TORO-2 são bastante similares na população de pacientes estudada, desenho, critérios de seleção de pacientes (com exceção da duração prévia de exposição aos antiretrovirais e número de inibidores de protease), condução, monitoramento e planejamento das análises. Desta forma a análise conjunta dos dados dos dois estudos foi prospectivamente planejada. Os resultados da análise de 48 semanas são apresentados, portanto, de forma combinada possibilitando a análise de uma amostra maior e uma estimativa mais precisa nas diferenças de tratamento do grupo com e sem Fuzeon®.

As características demográficas combinadas da população de intenção de tratamento (ITT) dos pacientes incluídos nos estudos TORO-1 e TORO-2 estão demonstrados na Tabela 1. Os pacientes foram previamente expostos a uma mediana de 12 anti-retrovirais, por um tempo mediano de 7 anos.

Tabela 1. Estudo TORO-1 e TORO – 2 – Demografia combinada dos pacientes (ITT)

As mudanças na semana 48 em relação ao baseline dos estudos TORO-1 e TORO-2 combinados estão resumidas na Tabela 2 e todas foram significantemente maiores no grupo de tratamento com Fuzeon®.

Tabela 2. Estudos TORO–1 e TORO–2 – Resultados combinados do tratamento controlado, randomizado4 na semana 48 (ITT†)

†ITT- Recebeu tratamento e teve pelo menos 1 acompanhamento pós RNA do baseline.

*Estatisticamente significante p < 0.05

‡ Último valor observado

§Descontinuação e falha virológica = falha. Duas visitas consecutivas para confirmar a resposta virológica.

A proporção de pacientes que alcançaram uma carga viral menor que 400 cópias/mL até a semana 48 foi de 30% entre os pacientes no regime com Fuzeon® + OB, comparado com 12% entre os pacientes que receberam apenas regime otimizado (Tabela 2).

A análise do tempo de falha virológica está demonstrada na Figura 11. O tempo médio para falha virológica no grupo com Fuzeon® + OB foi de 32 semanas, significativamente maior do que no grupo com OB apenas (11 semanas).

Figura 11 – Análise do tempo de falha virológica dos estudos TORO 1 e 2 combinados até a semana 48 (população intenção de tratamento - ITT).

*Definição de falha virológica pelo protocolo (baseado em 2 medidas consecutivas): redução menor que 0,5log10 HIV1-1 RNA do baseline até a semana 8; redução menor 1.0 log10 HIV1-1 RNA até a semana 16; aumento maior ou igual a 1.0 log10 HIV1-1 RNA após resposta de, pelo menos, 2.0 log10 HIV1-1 RNA.

Os resultados dos estudos também foram analisados em subgrupos, e a terapia com Fuzeon® foi associada a uma maior proporção de pacientes que alcançaram HIV1-1 RNA menor que 400 cópias/mL em todos os subgrupos; baseado na contagem de CD4+ no baseline, baseado na medida de HIV1-1 RNA no baseline; pelo número prévio de anti-retrovirais e pelo número de antiretrovirais ativos no regime otimizado. No entanto, pacientes com CD4+ > 100 células5/mL, HIV1-1 RNA inicial < 5.0 log10 cópias/mL, experiência com menos de 10 anti-retrovirais prévios e uma ou mais drogas ativas no regime anti-retroviral foram mais propensos a alcançar uma carga viral menor que 400 cópias/mL em ambos os tratamentos (Tabela 3).

Tabela 3. Proporção de pacientes que atingiram HIV1-1 RNA menor que 400 cópias/mL na semana 48 por subgrupo (estudos TORO-1 e TORO-2, ITT*)

*ITT- Recebeu tratamento e teve pelo menos 1 acompanhamento pós RNA do baseline

§Descontinuação e falha virológica = falha. Duas visitas consecutivas para confirmar a resposta virológica

‡ - Baseado no escore GSS

Uso pediátrico

Dados limitados de eficácia do Fuzeon® estão disponíveis para crianças acima de 3 anos de idade.

O estudo T20-204 é um estudo aberto e multicêntrico que avalia a atividade antiviral, segurança e farmacocinética do Fuzeon® em 14 pacientes pediátricos com idade de 3 à 12 anos e experiência com no máximo 2 classes de antiretrovirais registrados(1).

No estudo T20-2004 pacientes receberam ou 30 ou 60 mg/m2/dose de Fuzeon® duas vezes ao dia associados ao seu regime anti-retroviral de base. Após 7 dias, seus regimes de tratamento de base foram alterados para 3 novos ou anti-retrovirais sensíveis e a dosagem de Fuzeon® foi continuada. Os pacientes tinham uma idade média de 8 anos de idade (variando de 3,7 a 11,9 anos). A linha de base média da contagem de células5 CD4 foi 523 células5/μL e a linha de base média de RNA HIV1-1 foi 4,4 log10 c/mL. Seguindo análise da atividade antiviral, farmacocinética e segurança no dia 7, todos exceto 1 paciente mudaram para uma dose de Fuzeon® de 60 mg/m2/dose. A mudança média da linha de base de RNA HIV1-1 em 7 dias foi 1,15 log10 cópias/mL para 10 crianças recebendo a dose de 60 mg/m2 (1, 2).

Todos exceto 3 pacientes completaram 48 semanas de terapia crônica. Na semana 48, 6/14 (43%) dos pacientes tinha declínio na RNA HIV1-1 > 1 log10 e 4/14 (29%) dos pacientes estavam abaixo de 400 cópias/mL de RNA HIV1-1. As mudanças médias da linha de base (para a população considerada como tratada) na contagem de células5 CD4 e RNA HIV1-1 foram 237 células5/μL e 1,24 log10 c/mL respectivamente (3).

Referências Bibliográficas

1. Carlyon T

Paediatric Use summary of T-20 / Ro 29-9800.

Research Report No. 1008730. 2002. MRN 9015

2. Roberts N

Final Study Report - Preclinical virology / Pharmacology summary for Enfuvirtide.

Research Report No. 1007534. 2002. MRN 9009

3. Chen J, Hughes M

PACTG 1005: A Phase I/II Study of T-20, a Fusion Inhibitor, in HIV1-1 Infected Children. Part B.

Dose-escalating Chronic Dosing study.

Final Statistical Report of Safety and Activity Data.

Statistical and Data Management Center, Pediatric AIDS Clinical Trials Group.

July 29, 2003; pp. 14-20

Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 HIV: Abreviatura em inglês do vírus da imunodeficiência humana. É o agente causador da AIDS.
2 Inibidores da protease: Alguns vírus como o HIV e o vírus da hepatite C dependem de proteases (enzimas que quebram ligações peptídicas entre os aminoácidos das proteínas) no seu ciclo reprodutivo, pois algumas proteínas virais são codificadas em uma longa cadeia peptídica, sendo libertadas por proteases para assumir sua conformação ideal e sua função. Os inibidores da protease são desenvolvidos como meios antivirais, pois impedem a correta estruturação do RNA viral.
3 Fenotípica: Referente a fenótipo, ou seja, à manifestação visível ou detectável de um genótipo. Características físicas, morfológicas e fisiológicas do organismo.
4 Randomizado: Ensaios clínicos comparativos randomizados são considerados o melhor delineamento experimental para avaliar questões relacionadas a tratamento e prevenção. Classicamente, são definidos como experimentos médicos projetados para determinar qual de duas ou mais intervenções é a mais eficaz mediante a alocação aleatória, isto é, randomizada, dos pacientes aos diferentes grupos de estudo. Em geral, um dos grupos é considerado controle – o que algumas vezes pode ser ausência de tratamento, placebo, ou mais frequentemente, um tratamento de eficácia reconhecida. Recursos estatísticos são disponíveis para validar conclusões e maximizar a chance de identificar o melhor tratamento. Esses modelos são chamados de estudos de superioridade, cujo objetivo é determinar se um tratamento em investigação é superior ao agente comparativo.
5 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.

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