RESULTADOS DE EFICÁCIA LEVOID

Atualizado em 28/05/2016


a) Hipotireoidismo1 subclínico

A levotiroxina2 na dose de 0,05 mg por dia mostrou-se efetiva na melhora dos sintomas3 do hipotireoidismo1 subclínico em um estudo clínico controlado.Os sintomas3 melhoraram em 8 de 14 pacientes tratados com levotiroxina2 em comparação a 3 de 12 pacientes tratados com placebo4.

b) Hipotireoidismo1 congênito5

Em estudo de avaliação de longo prazo, incluindo 49 adultos previamente tratados com reposição de tiroxina em virtude de hipotireoidismo1 congênito5, verificou-se não terem ocorrido efeitos adversos posteriores decorrentes do tratamento nos parâmetros relacionados à memória, atenção e comportamento, utilizando-se doses altas de tiroxina.

Em um outro estudo avaliando, após seguimento de 5 anos e 9 meses, a utilização de altas doses de levotiroxina2 em 18 crianças portadoras de hipotireoidismo1 congênito5 tratadas com doses médias de 12 mcg/kg/dia, verificou-se que os pacientes tratados precocemente com doses altas de levotiroxina2 tiveram desenvolvimento global normal e entrada adequada no período escolar.

c) Terapia supressiva de TSH por estimulação com levotiroxina2 em pacientes com doença tireoidiana nodular

A terapia supressiva de TSH com levotiroxina2 foi avaliada em diversos estudos clínicos, com resultados não uniformes.

Em três estudos randomizados prospectivos, incluindo 167 pacientes tratados durante 6 meses a 1,5 anos com levotiroxina2 para redução de tamanho de nódulo6 tireoidiano, o resultado final não mostrou efeito mais eficaz que o placebo4.

Em estudo randomizado7 placebo4-controlado, foi comparada a utilização de levotiroxina2 em diferentes doses a fim de propiciar supressão de TSH em nível alto ou baixo em 49 pacientes.

Na análise final, após 12 meses, reduções maiores que 50% no volume do nódulo6 foram observadas em 37,5% dos pacientes que tiveram um alto grau de supressão e em 41,6% daqueles que tiveram um menor grau de supressão, não havendo diferenças estatisticamente significantes entre os grupos.

Em outros dois estudos, utilizando a terapia de supressão do TSH verificou-se, no primeiro, resultado significativo na redução de volume do nódulo6 após 6 meses de tratamento e, no outro, decréscimo maior que 50% no tamanho do nódulo6 em 56% dos casos que receberam levotiroxina2 e em 37% daqueles que não tiveram o TSH suprimido.

Embora ambos estudos não tenham sido controlados por placebo4, a porcentagem de pacientes onde houve redução no tamanho do nódulo6 foi maior que o percentual de 15 a 30% observado em caso de regressão espontânea.

d) Bócio8 multinodular não-tóxico

A história natural do bócio8 multinodular não-tóxico é caracterizada por períodos não-previsíveis de estabilidade e de aumento de volume, tornando difícil avaliar a eficácia da utilização de levotiroxina2 nesses casos, uma vez que 5 a 10% dos casos, podem apresentar redução espontânea do tamanho da glândula9.

Em estudo com 115 pacientes, uma redução maior que 13% no volume total da glândula9 tireoide10 foi conseguida em 58% dos pacientes tratados com doses supressivas de TSH por 9 meses, com o volume tireoidiano aumentando novamente após a cessação da terapia.

Uma resposta similar foi obtida em outro estudo com 40 pacientes, não sendo necessário, porém, a utilização de doses supressivas.

e) Bócio8 difuso

Em um estudo clínico, o retorno aos níveis normais de TSH sérico com a utilização de levotiroxina2, permitiu o decréscimo médio de 32% no volume tireoidiano, com cerca de 50% dos casos mantendo um tamanho normal da tireoide10 após 2 anos de terapia.

Em outro estudo, a utilização de levotiroxina2 isolada ou em combinação com iodo mostrou-se tão efetiva quanto o iodo isolado no tratamento do bócio8 endêmico. Nesse estudo 166 pacientes receberam tanto levotiroxina2 na dose de 150 mcg/dia como iodo 400 mcg/dia ou uma combinação de 75 mcg/dia de levotiroxina2 e 200 mcg de iodo durante 8 meses, obtendo-se uma redução comparável no volume do bócio8 em todos os grupos.

f) Pacientes com história de irradiação da tireoide10

Em pacientes que receberam na infância irradiação cervical ou craniana para condições benignas, a terapia profilática com levotiroxina2 pode ser efetiva para reduzir a recorrência11 após a ressecção cirúrgica de nódulos benignos, sendo que a dose empregada deve ser suficiente para reduzir o nível de TSH sérico para 0,5 a 1,0 um/l. Pacientes que receberam irradiação cervical na infância para tratamento de condições como doença de Hodgkin12, neuroblastoma, tumor13 de Wilms e leucemia14, têm maior incidência15 de evolução para hipotireoidismo1 e para o surgimento de nódulos de tireoide10, com maior risco de câncer16 de tireoide10 induzido por radiação, devendo a terapia com levotiroxina2 ser iniciada nos casos em que a concentração de TSH ultrapassa 3 um/l.

Pacientes que foram submetidos à irradiação quando adultos (exs: linfomas, câncer16 de mama17), têm risco aumentado de desenvolver hipotireoidismo1, devendo os níveis séricos de TSH serem monitorados a fim de possibilitar a oportuna reposição com levotiroxina2.

g) Câncer16 de tireoide10

Nos tumores diferenciados de tireoide10 (papilar e folicular),  os quais são responsáveis por 90% de todos os casos de câncer16 de tireoide10, em virtude de sua história natural, caracterizada por crescimento lento, a monitoração clínica deve ser feita por várias décadas antes do câncer16 ser declarado como curado e, durante tal período, o tratamento recomendado é a utilização de doses suprafisiológicas de levotiroxina2 para suprimir a secreção de TSH, sendo aceita, na prática clínica a manutenção de níveis de TSH menores do que 0,1 um/l.

Em estudo retrospectivo18, avaliando o uso de hormônio19 de tireoide10 em pacientes operados de câncer16 papilífero de tireoide10, a recorrência11 naqueles que fizeram uso da supressão hormonal, foi de 17%em 10 anos, comparada a 34% naqueles não-tratados com hormônios.

h) Hipotireoidismo1 primário

Em um estudo clínico randomizado20 comparativo utilizando LEVOID para avaliação de eficácia e segurança no controle do hipotireoidismo1 primário, comparou-se o efeito de LEVOID e de outra preparação comercial de Ltiroxina em parâmetros de função tireoidea (TSH e T4-livre sérico) avaliando-se pacientes portadores de hipotireoidismo1 primário devido à tireoidectomia total prévia por carcinoma21 diferenciado de tireoide10 ou por bócio8 multinodular exercendo compressão sobre estruturas cervicais.

Nesse estudo, 61 pacientes foram divididos em 2 grupos aleatórios: grupo I (n = 31) recebendo 100 microgramas/dia de LEVOID diariamente e grupo II (n = 30) recebendo 100 microgramas/dia de outra preparação comercial aprovada de levotiroxina2.

As amostras foram coletadas no tempo basal (sem levotiroxina2) e após 15, 30 e 45 dias de terapêutica22 com os hormônios.

Os valores basais de TSH basais (média ± DP) foram de 46,26 ± 26,18 μU/ml (grupo I) e 41,9 ± 23,1 μU/ml (grupo II).

Os valores de TSH declinaram significativamente (F =120,3, p < 0,001) com o tempo de uso da levotiroxina2, não havendo diferenças estatisticamente significativas entre os grupos I e II.

Da mesma forma, elevou-se significativamente o nível de T4 sérico nos dois grupos, sem diferença significativa (F = 221,9, p < 0,001) entre os grupos, demonstrando nítida e crescente ação corretiva em pacientes portadores de hipotireoidismo1 primário.

Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Hipotireoidismo: Distúrbio caracterizado por uma diminuição da atividade ou concentração dos hormônios tireoidianos. Manifesta-se por engrossamento da voz, aumento de peso, diminuição da atividade, depressão.
2 Levotiroxina: Levotiroxina sódica ou L-tiroxina (T4) é um hormônio sintético usado no tratamento de reposição hormonal quando há déficit de produção de tiroxina (T4) pela glândula tireoide.
3 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
4 Placebo: Preparação neutra quanto a efeitos farmacológicos, ministrada em substituição a um medicamento, com a finalidade de suscitar ou controlar as reações, geralmente de natureza psicológica, que acompanham tal procedimento terapêutico.
5 Congênito: 1. Em biologia, o que é característico do indivíduo desde o nascimento ou antes do nascimento; conato. 2. Que se manifesta espontaneamente; inato, natural, infuso. 3. Que combina bem com; apropriado, adequado. 4. Em termos jurídicos, é o que foi adquirido durante a vida fetal ou embrionária; nascido com o indivíduo. Por exemplo, um defeito congênito.
6 Nódulo: Lesão de consistência sólida, maior do que 0,5cm de diâmetro, saliente na hipoderme. Em geral não produz alteração na epiderme que a recobre.
7 Estudo randomizado: Ensaios clínicos comparativos randomizados são considerados o melhor delineamento experimental para avaliar questões relacionadas a tratamento e prevenção. Classicamente, são definidos como experimentos médicos projetados para determinar qual de duas ou mais intervenções é a mais eficaz mediante a alocação aleatória, isto é, randomizada, dos pacientes aos diferentes grupos de estudo. Em geral, um dos grupos é considerado controle - o que algumas vezes pode ser ausência de tratamento, placebo, ou mais frequentemente, um tratamento de eficácia reconhecida. Recursos estatísticos são disponíveis para validar conclusões e maximizar a chance de identificar o melhor tratamento. Esses modelos são chamados de estudos de superioridade, cujo objetivo é determinar se um tratamento em investigação é superior ao agente comparativo.
8 Bócio: Aumento do tamanho da glândula tireóide, que produz um abaulamento na região anterior do pescoço. Em geral está associado ao hipotireoidismo. Quando a causa desta doença é a deficiência de ingestão de iodo, é denominado Bócio Regional Endêmico. Também pode estar associado a outras doenças glandulares como tumores, infecções ou inflamações.
9 Glândula: Estrutura do organismo especializada na produção de substâncias que podem ser lançadas na corrente sangüínea (glândulas endócrinas) ou em uma superfície mucosa ou cutânea (glândulas exócrinas). A saliva, o suor, o muco, são exemplos de produtos de glândulas exócrinas. Os hormônios da tireóide, a insulina e os estrógenos são de secreção endócrina.
10 Tireoide: Glândula endócrina altamente vascularizada, constituída por dois lobos (um em cada lado da TRAQUÉIA) unidos por um feixe de tecido delgado. Secreta os HORMÔNIOS TIREOIDIANOS (produzidos pelas células foliculares) e CALCITONINA (produzida pelas células para-foliculares), que regulam o metabolismo e o nível de CÁLCIO no sangue, respectivamente.
11 Recorrência: 1. Retorno, repetição. 2. Em medicina, é o reaparecimento dos sintomas característicos de uma doença, após a sua completa remissão. 3. Em informática, é a repetição continuada da mesma operação ou grupo de operações. 4. Em psicologia, é a volta à memória.
12 Doença de Hodgkin: Doença neoplásica que afeta o tecido linfático, caracterizada por aumento doloroso dos gânglios linfáticos do pescoço, axilas, mediastino, etc., juntamente com astenia, prurido (coceira) e febre. Atualmente pode ter uma taxa de cura superior a 80%.
13 Tumor: Termo que literalmente significa massa ou formação de tecido. É utilizado em geral para referir-se a uma formação neoplásica.
14 Leucemia: Doença maligna caracterizada pela proliferação anormal de elementos celulares que originam os glóbulos brancos (leucócitos). Como resultado, produz-se a substituição do tecido normal por células cancerosas, com conseqüente diminuição da capacidade imunológica, anemia, distúrbios da função plaquetária, etc.
15 Incidência: Medida da freqüência em que uma doença ocorre. Número de casos novos de uma doença em um certo grupo de pessoas por um certo período de tempo.
16 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
17 Mama: Em humanos, uma das regiões pareadas na porção anterior do TÓRAX. As mamas consistem das GLÂNDULAS MAMÁRIAS, PELE, MÚSCULOS, TECIDO ADIPOSO e os TECIDOS CONJUNTIVOS.
18 Retrospectivo: Relativo a fatos passados, que se volta para o passado.
19 Hormônio: Substância química produzida por uma parte do corpo e liberada no sangue para desencadear ou regular funções particulares do organismo. Por exemplo, a insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas que diz a outras células quando usar a glicose para energia. Hormônios sintéticos, usados como medicamentos, podem ser semelhantes ou diferentes daqueles produzidos pelo organismo.
20 Randomizado: Ensaios clínicos comparativos randomizados são considerados o melhor delineamento experimental para avaliar questões relacionadas a tratamento e prevenção. Classicamente, são definidos como experimentos médicos projetados para determinar qual de duas ou mais intervenções é a mais eficaz mediante a alocação aleatória, isto é, randomizada, dos pacientes aos diferentes grupos de estudo. Em geral, um dos grupos é considerado controle – o que algumas vezes pode ser ausência de tratamento, placebo, ou mais frequentemente, um tratamento de eficácia reconhecida. Recursos estatísticos são disponíveis para validar conclusões e maximizar a chance de identificar o melhor tratamento. Esses modelos são chamados de estudos de superioridade, cujo objetivo é determinar se um tratamento em investigação é superior ao agente comparativo.
21 Carcinoma: Tumor maligno ou câncer, derivado do tecido epitelial.
22 Terapêutica: Terapia, tratamento de doentes.

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