INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS LEVOID

Atualizado em 28/05/2016


Muitas drogas afetam a farmacocinética e o metabolismo1 do hormônio2 tireoidiano (por exemplo, absorção, síntese, secreção, catabolismo3, ligação protéica e resposta do tecido4-alvo) e podem alterar a resposta terapêutica5 ao LEVOID. Além disto, os hormônios e a condição tireoidianos têm efeitos variados sobre a farmacocinética e ações de outras drogas. Uma relação de interações está demonstrada abaixo.

a) Drogas que podem reduzir a secreção do TSH – a redução não é mantida; portanto, o hipotireoidismo6 não ocorre: dopamina7/agonistas da dopamina7; glicocorticoides e octreotida.

b) Drogas que podem diminuir a secreção do hormônio2 tireoidiano, podendo resultar em hipotireoidismo6: aminoglutetimida; amiodarona; iodo (incluindo agentes de contraste radiográfico contendo iodo); lítio; metimazol; propiltiouracil (PTU); sulfonamidas e tolbutamida.

c) Drogas que podem aumentar a secreção do hormônio2 tireoidiano, resultando em hipertireoidismo8: amiodarona e iodo (incluindo agentes de contraste radiográfico contendo iodo).

d) Drogas que podem diminuir a absorção de T4, resultando em hipotireoidismo6: antiácidos9 (hidróxidos de alumínio e magnésio e simeticona); seqüestrantes de ácidos biliares (colestiramina e colestipol); carbonato de cálcio; resinas de troca catiônica (caiexalato); sulfato ferroso; sucralfato e magaldrato.

e) Drogas que podem alterar o transporte de T4 e T3 sérico - mas concentração de FT4 permanece normal, e portanto, o paciente permanece em eutireoidismo:

e.1) Drogas que podem aumentar a concentração de TBG sérico: clofibrato; contraceptivos oral contendo estrógeno10; estrógenos (oral), heroína / metadona; 5-fluorouracil; mitotano e tamoxifeno.

e.2) Drogas que podem diminuir a concentração de TBG sérico: andrógenos11 / esteróides anabólicos; asparaginase; glicocorticóides e ácido nicotínico – liberação lenta.

f) Drogas que podem causar alteração na ligação protéica no sítio: furosemida (> 80 mg IV); heparina; hidantína; drogas anti-inflamatórias não esteroidal (fenamatos, fenilbutazona) e salicilatos (> 2 g/dia).

g) Drogas que podem aumentar o metabolismo1 hepático, que pode resultar em hipotireoidismo6: carbamazepina; hidantoínas; fenobarbital e rifampicina.

h) Drogas que podem reduzir a atividade T4 5’- deiodinase: amiodarona; antagonistas beta-adrenérgicos12 (ex.: propranolol > 160 mg/dia); glicocorticoides (ex.: dexametasona ≥ 4 mg/dia) e propiltiouracil.

i) Outras drogas que podem desencadear interações medicamentosas com levotiroxina13: anticoagulantes14 - orais (derivados da cumarina, derivados da indandiona); antidepressivos (tricíclicos - ex.: amitriptilina, tetracíclicos - ex.: maprotilina) e serotonina seletiva); inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ex.: sertralina); agentes antidiabéticos (biguanidas15, metiglinidas e sulfonilureas); tiazolidinedionas; insulina16; glicosídeos cardíacos; citocinas17 (interferon-α, interleucina-2); hormônios de crescimento (somatrem, somatropina); quetamina; metilxantina; broncodilatadores18 (ex.: teofilina); agentes radiográficos; simpatomiméticos (efedrina, epinefrina, metilfenidato); hidrato de cloral; diazepam; etionamida; lovastatina; metoclopramida; 6-mecaptopurina; nitroprussiato; para-aminosalicilato sódico; resorcinol (uso tópico19 excessivo); diuréticos20 tiazídicos; cloroquina; estrógenos conjugados; estradiol; estriol; estrona; imatinibe; ritonavir e raloxifeno.

Em tratamento concomitante, a levotiroxina13 (LEVOID) pode provocar os seguintes efeitos:

• A levotiroxina13 pode reduzir a ação dos hipoglicemiantes orais21 e da insulina16.

• A colestiramina e contraceptivos orais reduzem a ação da levotiroxina13.

• A levotiroxina13 potencializa os efeitos das anfetaminas, anticoagulantes14 orais, antidepressivos, digitálicos, efedrina, adrenalina22 e metilfenidato.

• O ácido acetilsalicílico e a fenitoína aumentam o efeito da levotiroxina13.

A levotiroxina13 sódica deve ser tomada no mínimo com um intervalo de 4 horas das drogas que são conhecidas interferir com sua absorção.

Interações com alimentos

Os alimentos podem interferir com a absorção da levotiroxina13. Assim, recomenda-se a administração de LEVOID com estômago23 vazio (meia a 1 hora antes do café da manhã), a fim de aumentar sua absorção.

Farinha de soja (fórmula pediátrica), cereais de semente de algodão, nozes e dieta à base de fibras podem se ligar e diminuir a absorção da levotiroxina13 sódica do trato gastrintestinal.

Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Metabolismo: É o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. São essas reações que permitem a uma célula ou um sistema transformar os alimentos em energia, que será ultilizada pelas células para que as mesmas se multipliquem, cresçam e movimentem-se. O metabolismo divide-se em duas etapas: catabolismo e anabolismo.
2 Hormônio: Substância química produzida por uma parte do corpo e liberada no sangue para desencadear ou regular funções particulares do organismo. Por exemplo, a insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas que diz a outras células quando usar a glicose para energia. Hormônios sintéticos, usados como medicamentos, podem ser semelhantes ou diferentes daqueles produzidos pelo organismo.
3 Catabolismo: Parte do metabolismo que se refere à assimilação ou processamento da matéria adquirida para fins de obtenção de energia. Diz respeito às vias de degradação, ou seja, de quebra das substâncias. Parte sempre de moléculas grandes, que contêm quantidades importantes de energia (glicose, triclicerídeos, etc). Estas substâncias são transformadas de modo a que restem, no final, moléculas pequenas, pobres em energia ( H2O, CO2, NH3 ), aproveitando o organismo a libertação de energia resultante deste processo. É o contrário de anabolismo.
4 Tecido: Conjunto de células de características semelhantes, organizadas em estruturas complexas para cumprir uma determinada função. Exemplo de tecido: o tecido ósseo encontra-se formado por osteócitos dispostos em uma matriz mineral para cumprir funções de sustentação.
5 Terapêutica: Terapia, tratamento de doentes.
6 Hipotireoidismo: Distúrbio caracterizado por uma diminuição da atividade ou concentração dos hormônios tireoidianos. Manifesta-se por engrossamento da voz, aumento de peso, diminuição da atividade, depressão.
7 Dopamina: É um mediador químico presente nas glândulas suprarrenais, indispensável para a atividade normal do cérebro.
8 Hipertireoidismo: Doença caracterizada por um aumento anormal da atividade dos hormônios tireoidianos. Pode ser produzido pela administração externa de hormônios tireoidianos (hipertireoidismo iatrogênico) ou pelo aumento de uma produção destes nas glândulas tireóideas. Seus sintomas, entre outros, são taquicardia, tremores finos, perda de peso, hiperatividade, exoftalmia.
9 Antiácidos: É uma substância que neutraliza o excesso de ácido, contrariando o seu efeito. É uma base que aumenta os valores de pH de uma solução ácida.
10 Estrógeno: Grupo hormonal produzido principalmente pelos ovários e responsáveis por numerosas ações no organismo feminino (indução da primeira fase do ciclo menstrual, desenvolvimento dos ductos mamários, distribuição corporal do tecido adiposo em um padrão feminino, etc.).
11 Andrógenos: Termo genérico para qualquer composto natural ou sintético, geralmente um hormônio esteróide, que estimula ou controla o desenvolvimento e manutenção das características masculinas em vertebrados ao ligar-se a receptores andrógenos. Isso inclui a atividade dos órgãos sexuais masculinos acessórios e o desenvolvimento de características sexuais secundárias masculinas. Também são os esteróides anabólicos originais. São precursores de todos os estrógenos, os hormônios sexuais femininos. São exemplos de andrógenos: testosterona, dehidroepiandrosterona (DHEA), androstenediona (Andro), androstenediol, androsterona e dihidrotestosterona (DHT).
12 Adrenérgicos: Que agem sobre certos receptores específicos do sistema simpático, como o faz a adrenalina.
13 Levotiroxina: Levotiroxina sódica ou L-tiroxina (T4) é um hormônio sintético usado no tratamento de reposição hormonal quando há déficit de produção de tiroxina (T4) pela glândula tireoide.
14 Anticoagulantes: Substâncias ou medicamentos que evitam a coagulação, especialmente do sangue.
15 Biguanidas: Classe de medicamento oral usado para tratar diabetes tipo 2. Diminui a glicemia por reduzir a quantidade de glicose produzida pelo fígado e por ajudar o corpo a responder melhor à insulina. Aumenta a sensibilidade da insulina nos tecidos periféricos, principalmente no fígado.
16 Insulina: Hormônio que ajuda o organismo a usar glicose como energia. As células-beta do pâncreas produzem insulina. Quando o organismo não pode produzir insulna em quantidade suficiente, ela é usada por injeções ou bomba de insulina.
17 Citocinas: Citoquina ou citocina é a designação genérica de certas substâncias segregadas por células do sistema imunitário que controlam as reações imunes do organismo.
18 Broncodilatadores: São substâncias farmacologicamente ativas que promovem a dilatação dos brônquios.
19 Tópico: Referente a uma área delimitada. De ação limitada à mesma. Diz-se dos medicamentos de uso local, como pomadas, loções, pós, soluções, etc.
20 Diuréticos: Grupo de fármacos que atuam no rim, aumentando o volume e o grau de diluição da urina. Eles depletam os níveis de água e cloreto de sódio sangüíneos. São usados no tratamento da hipertensão arterial, insuficiência renal, insuficiência cardiaca ou cirrose do fígado. Há dois tipos de diuréticos, os que atuam diretamente nos túbulos renais, modificando a sua atividade secretora e absorvente; e aqueles que modificam o conteúdo do filtrado glomerular, dificultando indiretamente a reabsorção da água e sal.
21 Hipoglicemiantes orais: Medicamentos usados por via oral em pessoas com diabetes tipo 2 para manter os níves de glicose próximos ao normal. As classes de hipoglicemiantes são: inibidores da alfaglicosidase, biguanidas, derivados da fenilalanina, meglitinides, sulfoniluréias e thiazolidinediones.
22 Adrenalina: 1. Hormônio secretado pela medula das glândulas suprarrenais. Atua no mecanismo da elevação da pressão sanguínea, é importante na produção de respostas fisiológicas rápidas do organismo aos estímulos externos. Usualmente utilizado como estimulante cardíaco, como vasoconstritor nas hemorragias da pele, para prolongar os efeitos de anestésicos locais e como relaxante muscular na asma brônquica. 2. No sentido informal significa disposição física, emocional e mental na realização de tarefas, projetos, etc. Energia, força, vigor.
23 Estômago: Órgão da digestão, localizado no quadrante superior esquerdo do abdome, entre o final do ESÔFAGO e o início do DUODENO.

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