SUPERDOSE LEVOID
No adulto, a superdosagem manifesta-se por tireotoxicose, caracterizada, entre outros sintomas1, por cefaléia2, irritabilidade, taquicardia3, sudorese4, podendo também ocorrer confusão mental e desorientação. Embolia5 cerebral, choque6, coma7 e morte também foram relatados nessa situação.
Os sintomas1 podem não ser aparentes ou podem não ser evidentes até vários dias após a ingestão da levotiroxina8 sódica.
Na criança, além da tireotoxicose, uma dosagem alta prolongada pode dar origem a uma precocidade da maturação óssea e até mesmo, durante os primeiros meses de vida, a uma craniosinostose prematura.
Recomendações de tratamento da superdosagem:
Na ocorrência de sintomas1 e sinais9 sugestivos de superdosagem, deve-se procurar imediatamente orientação médica para a avaliação da continuidade da terapêutica10.
Superdosagem aguda maciça:
Trata-se de uma situação de emergência11 com risco de vida, devendo a instituição de medidas de suporte e o tratamento sintomático12, serem tomadas em caráter imediato.Caso não haja contra-indicações (coma7, perda de reflexo de deglutição13, convulsões), deve ser feito o esvaziamento gástrico para reduzir a absorção gastrintestinal da droga, podendo ser utilizados também o carvão ativado e a colestiramina para tal finalidade.
Medicamentos capazes de antagonizar os efeitos centrais e periféricos dos hormônios, principalmente os decorrentes da atividade simpática aumentada, devem ser utilizados caso não haja contra-indicação (em geral, propranolol).
O suporte respiratório deve ser realizado, devendo-se manter o controle de possível insuficiência cardíaca14 e de arritmias15 cardíacas. Febre16, hipoglicemia17 e desidratação18 devem ser controladas.
Drogas de ação antitireoidiana (ex: metimazol ou propiltiouracil), seguidas após uma ou duas horas por doses altas de iodo, podem ser utilizadas para inibir a síntese e liberação dos hormônios tireoidianos.
Glicocorticóides podem ser utilizados para inibir a conversão de T4 para T3.
Outras medidas como plasmaferese, hemoperfusão e transfusão19 sanguínea devem ser reservadas para casos onde a deterioração clínica persista após o uso das medidas convencionais.
Em virtude da forte ligação do T4 às proteínas20, o uso de diálise21 é capaz de remover uma quantidade muito pequena da medicação.