ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES PIOGLIT
Insuficiência cardíaca congestiva1: em certos pacientes, as tiazolidinedionas, grupo a qual pertence o PIOGLIT é responsável por causar ou acentuar a insuficiência cardíaca congestiva1. Após o início do medicamento e do aumento das doses, os pacientes que apresentaram sinais2 e sintomas3 de insuficiência cardíaca4 (incluindo excessivo e rápido ganho de peso, dispnéia5 e/ou edema6) foram observados com atenção. A insuficiência cardíaca4 deverá ser mantida sob controle conforme os cuidados padrão caso esses sinais2 e sintomas3 sejam observados. Em adição a isso, a hipótese de descontinuar ou reduzir a dose de PIOGLIT deverá ser considerada.
O uso de PIOGLIT em pacientes com sintomas3 de insuficiência cardíaca4 não é recomendado. O início de cloridrato de pioglitazona em pacientes que apresentam insuficiência cardíaca4 estabelecidos nas Classes III ou IV do New York Heart Association (NYHA) é contraindicado (ver item Contraindicações).
Diabetes tipo 27 e insuficiência cardíaca congestiva1 (disfunção sistólica):
Estudos de segurança de 24 semanas pós-comercialização comparando cloridrato de pioglitazona (n=262) a glibenclamida (n=256) foram realizados em pacientes que apresentavam diabetes8 não controlada (média HbA1c9 8,8%), com insuficiência cardíaca4 Classes II e III do NYHA e fração de ejeção inferior a 40% (média FE 30% no inicio do estudo).
Durante a realização do estudo, foi observado que ocorreu hospitalização devido à insuficiência cardíaca congestiva1 em 9,9% do pacientes tratados com cloridrato de pioglitazona e em 4,7% dos pacientes tratados com glibenclamida com diferença no tratamento observado por 6 semanas. Este evento adverso relacionado a cloridrato de pioglitazona foi observado em grande parte em pacientes que fizeram uso de insulina10 no começo do estudo e em pacientes com idade superior a 64 anos de idade. Entre os grupos de tratamento, a mortalidade11 cardiovascular não sofreu alteração.
Para pacientes12 que possuem diabetes tipo 27 e insuficiência cardíaca4 sistólica, deve-se iniciar o tratamento com PIOGLIT com a menor dose aprovada. Caso seja necessário um aumento subsequente da dose, deve-se aumentá-la gradativamente somente em alguns meses de tratamento, com acompanhamento rigoroso para o aumento de peso, edema6 ou sinais2 e sintomas3 de piora do quadro de insuficiência cardíaca congestiva1 (ICC).
Geral: o efeito hipoglicêmico de cloridrato de pioglitazona é exercido somente quando a insulina10 está presente. Em virtude a este fato, o cloridrato de pioglitazona é contraindicado para uso por pacientes que apresentam diabetes tipo 113 ou para o tratamento de cetoacidose diabética14.
Hipoglicemia15: existe a possibilidade de ocorrer hipoglicemia15 em pacientes que fazem uso de cloridrato de pioglitazona em associação com insulina10 ou outros medicamentos hipoglicemiantes orais16. Nestes casos, a redução do outro agente hipoglicemiante17 pode ser tornar necessária.
Ovulação18: a terapia com tiazolidinedionas (entre elas a pioglitazona) em pacientes que se encontram em período anovulatório pré-menopausa19 por resistência à insulina20 pode ocasionar um reinício da ovulação18. Em virtude da melhora da sensibilidade insulínica, estas pacientes devem utilizar métodos contraceptivos adequados, pois podem correr o risco de engravidar.
Hematológicas: diminuição nos níveis de hemoglobina21 e hematócrito22 podem ocorrem em virtude da pioglitazona. Em todos os estudos clínicos realizados, observou-se que os níveis médios de hemoglobina21 diminuíram aproximadamente 2 a 4% nos pacientes que receberam cloridrato de pioglitazona.
Estas alterações foram observadas inicialmente dentro das primeiras 4 a 12 semanas de tratamento e se mantiveram relativamente constantes. A elevação do volume plasmático pode ser responsável por estas alterações, sendo que estas não foram relacionadas com nenhum efeito hematológico clinicamente relevante (ver Reações adversas).
Edema6: pacientes que apresentam edema6 devem utilizar pioglitazona com cautela. O aparecimento de edema6 foi observado em todos os estudos americanos com maior frequência nos pacientes que receberam cloridrato de pioglitazona em comparação com o pacientes que receberam placebo23 e considera-se ser dose-dependente (ver Reações adversas).
O início ou piora do edema6 foi relatado no período de pós-comercialização. Pacientes com risco de insuficiência cardíaca4 devem utilizar pioglitazona com cuidado uma vez que as tiazolidinedionas, entre elas a pioglitazona, podem reter líquidos que consequentemente podem levar ao agravo ou a condução de insuficiência cardíaca congestiva1. Devido aos sinais2 e sintomas3 de insuficiência cardíaca4, os pacientes devem ser observados.
Edema macular24: no período pós-comercialização, pacientes diabéticos que utilizaram pioglitazona ou outro medicamento pertencente ao grupo das tiazolidinedionas, relataram edema macular24. Visão25 borrada ou redução da acuidade visual26 também foram relatadas por alguns pacientes, entretanto alguns deles parecem ter recebido esse diagnóstico27 no exame oftalmológico de rotina. O edema6 periférico também foi relatado por alguns pacientes no momento do diagnóstico27 do edema macular24. Após a descontinuação do medicamento pertencente ao grupo das tiazolidinedionas, alguns pacientes apresentaram uma melhora do edema macular24. Não se sabe se realmente existe uma relação causal entre pioglitazona e edema macular24. Pacientes que possuem diabetes8 devem realizar exames oftalmológicos periodicamente. Em adição a isso, caso o paciente diabético apresente algum tipo de sintoma28 visual ele deverá procurar imediatamente o médico oftalmologista29, mesmo que esteja apresentando outros sintomas3 físicos ou caso esteja ingerindo algum outro medicamento (ver Reações adversas).
Insuficiência cardíaca4 e outros eventos cardíacos: em estudos clínicos americanos placebo23-controlado, que não incluíram pacientes em classes III e IV da New York Heart
Association (NYHA), a incidência30 de eventos adversos cardíacos graves ligados ao aumento do volume não foi maior nos pacientes que receberam pioglitazona isoladamente ou em associação com sulfoniluréia ou metformina31 quando comparado aos pacientes que receberam placebo23. Nos estudos que utilizaram insulina10 associada, um grupo reduzido de pacientes que possuíam antecedentes pessoais de doença cardíaca pré-existente apresentou insuficiência cardíaca congestiva1 quando recebeu pioglitazona associada com insulina10. Nos estudos clínicos envolvendo a pioglitazona, os pacientes em classes III e IV da NYHA não foram avaliados. Sendo assim, o uso de PIOGLIT para esses pacientes é contraindicado. Durante a pós-comercialização de pioglitazona, casos de insuficiência cardíaca congestiva1 foram observados em pacientes com e sem doença cardíaca previamente conhecida.
Assim como as outras tiazolidinedionas, PIOGLIT pode provocar retenção de líquido quando utilizado isoladamente ou em associação com outros medicamentos antidiabéticos, incluindo a insulina10. Esta retenção de líquido pode provocar a piora da insuficiência cardíaca4.
A insuficiência cardíaca4 deve ser mantida sob controle conforme os padrões de cuidados atuais caso estes sinais2 e sintomas3 progredirem. Em adição a isso, a hipótese de descontinuação ou diminuição da dose de PIOGLIT deve ser avaliada.
Este medicamento não é recomendado para uso em pacientes com insuficiência cardíaca4 classes III e IV da NYHA, pois os mesmos não foram avaliados durante a pré-aprovação clínica do estudo (ver item Contraindicações).
Caso cloridrato de pioglitazona provoque a deterioração do estado cardíaco, seu uso deve ser interrompido.
Estudo prospectivo32 de pioglitazona em eventos (PROactive Study): foi realizado um estudo prospectivo32 de pioglitazona em eventos com 5.238 pacientes com diabetes tipo 27 e que possuíam histórico de doença macrovascular33. Deste universo de pacientes, 2.605 indivíduos receberam cloridrato de pioglitazona com doses de até 45 mg uma vez ao dia e 2.633 indivíduos receberam placebo23 (ver Reações adversas). Os pacientes que receberam cloridrato de pioglitazona apresentaram mais casos de eventos sérios de insuficiência cardíaca4 (5,7%, n=149) quando comparado com os pacientes que receberam placebo23 (4,1%, n=108). Nos pacientes que receberam cloridrato de pioglitazona, a incidência30 de morte subsequente ao relatório de insuficiência cardíaca4 séria foi maior do que nos pacientes que receberam placebo23: os pacientes que receberam pioglitazona apresentaram uma incidência30 de 1,5% (n=40) enquanto que para o pacientes que receberam placebo23, a incidência30 foi de 1,4% (n=37). Quando os pacientes foram submetidos a esquemas terapêuticos com insulina10 desde o começo da terapia, a incidência30 de insuficiência cardíaca4 séria observada foi de 6,3% (n=54/864) com cloridrato de pioglitazona e 5,2% (n =47/896) com placebo23. Para os pacientes que receberam sulfoniluréia desde o começo do estudo, a incidência30 observada de insuficiência cardíaca4 séria foi de 5,8% (n=94/1624) nos pacientes que receberam cloridrato de pioglitazona e 4,4% (n=71/1626) nos pacientes que receberam placebo23).
Em outro estudo clínico realizado, americano, duplo-cego, placebo23-controlado, com 16 semanas de duração e envolvendo 566 pacientes que possuíam diabetes tipo 27, foram comparadas a terapia com pioglitazona nas doses de 15 mg e 30 mg, associadas com insulina10 e a terapia com insulina10 isoladamente. Este estudo abrangeu pacientes que apresentavam diabetes8 de longa duração e alta prevalência34 de condições médicas pré-existentes como: hipertensão arterial35 (57,2%), neuropatia periférica36 (22,6%), doença coronariana37 (19,6%), retinopatia (13,1%), infarto do miocárdio38 (8,8%), doença vascular39 (6,4%), angina40 pectoris (4,4%), acidente vascular cerebral41 e/ou ataque isquêmico42 transitório (4,1%) e insuficiência cardíaca congestiva1 (2,3%).
Dos pacientes que receberam pioglitazona, 2 dos 191 pacientes que foram tratados com pioglitazona 15 mg mais insulina10 (1,1%) e 2 dos 188 pacientes que foram tratados com pioglitazona 30 mg mais insulina10 (1,1%), apresentaram insuficiência cardíaca congestiva1 quando comparado com nenhum dos pacientes (n=187) que receberam insulina10 isoladamente. Os 4 pacientes nos quais foram observados insuficiência cardíaca congestiva1, possuíam antecedentes pessoais de condições cardiovasculares incluindo doença coronariana37, procedimentos anteriores de revascularização miocárdica e infarto do miocárdio38.
Foi observado em um estudo de 24 semanas de duração e dose-controlado que 0,3% dos pacientes (1/345) que receberam pioglitazona 30 mg mais insulina10 e 0,9% (3/345) dos pacientes que receberam pioglitazona 45 mg mais insulina10 apresentaram insuficiência cardíaca congestiva1 como evento adverso sério. Após a análise dos dados do estudo, não foram observados fatores específicos de previsão de risco aumentado de insuficiência cardíaca congestiva1 na terapia associada com insulina10.
Aumento de peso: um aumento de peso ligado à dose com pioglitazona isolada ou em associação com outros medicamentos antidiabéticos orais43 foi observado. Não se sabe ao certo o mecanismo que envolve o aumento de peso, mas provavelmente está relacionado à combinação de retenção de líquidos e acúmulo de gordura44.
Efeitos hepáticos: a troglitazona, um outro medicamento pertencente ao grupo das tiazolidineodionas, foi relacionado com hepatotoxicidade45 idiossincrática e casos raríssimos de insuficiência hepática46, transplante de fígado47 e morte foram relatados durante a uso pós-comercialização. Em estudos clínicos controlados de pré-comercialização onde foram considerados pacientes com diabetes tipo 27, a troglitazona foi relacionada mais comumente com aumentos relevantes de enzimas hepáticas48 (ALT - alanina-aminotransferase > 3 vezes o limite superior de normalidade) quando comparado com o placebo23, casos raríssimos de icterícia49 reversível também foram observados.
Estudos clínicos realizados em todo o mundo, totalizaram mais de 4500 indivíduos que receberam cloridrato de pioglitazona. Nos estudos clínicos realizados nos Estados Unidos, mais de 2500 pacientes que apresentavam diabetes tipo 27 foram tradados com cloridrato de pioglitazona. Não foi observada nenhuma evidência de hepatotoxicidade45 provocada pelo fármaco50 ou aumento dos níveis de ALT. Através de estudos clínicos placebo23-controlados realizados nos Estados Unidos, observou-se que 0,26% (4/1526) dos pacientes que receberam cloridrato de pioglitazona e 0,25% (2/793) dos pacientes que receberam placebo23 apresentaram valores de ALT maiores ou iguais a 3 vezes o limite superior da normalidade. Esse aumento de ALT nos pacientes que receberam cloridrato de pioglitazona foi reversível e não foi atribuída ao tratamento com pioglitazona. Mesmo os dados clínicos não indicando nenhuma evidência de hepatotoxicidade45 ou aumento da ALT provocadas pela pioglitazona, a mesma está associada estruturalmente à troglitazona, a qual tem rido relacionada à hepatotoxicidade45 idiossincrática e casos raros de insuficiência hepática46, transplante de fígado47 e morte. É recomendado que os pacientes que recebem cloridrato de pioglitazona sejam avaliados periodicamente quanto às enzimas hepáticas48 até que informações adicionais mais amplas referentes à segurança da pioglitazona provenientes de estudos clínicos controlados de longa duração e de farmacovigilância pós-comercialização estejam disponíveis.
Os pacientes devem ser avaliados antes do começo da terapia com cloridrato de pioglitazona quanto aos níveis de ALT e depois a cada bimestre durante o primeiro ano do tratamento e periodicamente após isto. Caso ocorra sintomas3 indicativos de disfunção hepática51 como por exemplo náuseas52, vômitos53, dor abdominal, fadiga54, anorexia55 e urina56 escura, devem ser realizados testes para avaliação da função do fígado47. A decisão de se manter a terapia com cloridrato de pioglitazona deve ser baseada na avaliação clínica dependendo dos exames laboratoriais. O tratamento deverá ser descontinuado em caso de icterícia49. Caso o paciente apresente evidência clínica de doença hepática51 ativa ou índices de ALT superior a 2,5 vezes o limite da normalidade, não deve ser iniciada a terapia com cloridrato de pioglitazona. Pacientes que apresentam enzimas hepáticas48 moderadamente altas (índices de ALT entre 1 e 2,5 vezes o limite superior da normalidade) antes do começo ou a qualquer momento durante a terapia com cloridrato de pioglitazona, devem ser avaliados para que a causa deste aumento seja determinada. A iniciação ou a manutenção da terapia com cloridrato de pioglitazona em pacientes que apresentam enzimas hepáticas48 elevadas moderadamente, devem ser realizadas com cuidado e devem ter um acompanhamento clínico adequado que pode incluir uma avaliação mais frequente das enzimas do fígado47. Caso os índices de ALT estiverem iguais ou 2,5 vezes maiores do que o limite superior da normalidade, devem ser realizados testes para avaliação da função do fígado47 com mais frequência até que os seus índices voltem ao valor normal ou valor de pré-tratamento. Caso os índices de ALT sejam superiores a 3 vezes o limite superior da normalidade, o exame deverá ser realizado novamente o quanto antes. Se os índices de ALT mantiverem-se 3 vezes acima da normalidade ou se o paciente apresentar icterícia49, a terapia com cloridrato de pioglitazona deve ser interrompida. Dados para a avaliação da segurança da pioglitazona em pacientes que apresentaram disfunção ou anormalidades hepáticas57 ou icterícia49 durante a utilização de troglitazona são inexistentes. O uso de pioglitazona em pacientes que apresentaram icterícia49 durante a utilização de troglitazona é contraindicado. No caso de alteração da terapia medicamentosa de troglitazona para pioglitazona em pacientes com níveis normais de enzima58 hepáticas57, é indicado um intervalo de 1 semana antes do início do tratamento com pioglitazona.
Fraturas: em um estudo randomizado59 (PROactive) realizado com pacientes que apresentavam diabetes tipo 27 (duração média do diabetes8 - 9,5 anos), foi observado um aumento da incidência30 de fratura60 óssea em pacientes do sexo feminino que utilizaram cloridrato de pioglitazona. Durante um tempo de acompanhamento médio de 34,5 meses, a incidência30 de fratura60 em osso em pacientes do sexo feminino que receberam cloridrato de pioglitazona foi 5,1% (44/870) contra 2,5% (23/905) das pacientes que receberam placebo23. Esta diferença foi observada após o primeiro ano de terapia e mantida durante o período do estudo. Grande parte das fraturas observadas nas pacientes era não vertebral incluindo membro inferior e superior distal61. Não foi notado nenhum aumento dos índices de fraturas em pacientes do sexo masculino na terapia com cloridrato de pioglitazona 1,7% (30/1735) versus placebo23 2,1% (37/1728). O risco de ocorrerem fraturas deve ser incluído nos cuidados com os pacientes, principalmente em pacientes do sexo feminino que recebem cloridrato de pioglitazona e a avaliação e manutenção da saúde62 óssea deve ser tratado com atenção conforme os padrões de cuidados atuais.
Exames laboratoriais: com o objetivo de monitorar o controle da glicemia63 e a resposta da terapia com cloridrato de pioglitazona, devem ser realizados exames periódicos das medidas de glicemia de jejum64 e hemoglobina glicosilada65. É recomendada a monitoração das enzimas do fígado47 em todos os pacientes antes do início da terapia com pioglitazona e depois, em intervalos periódicos (ver Advertências e precauções e Reações adversas).
Carcinogênese, mutagênese, prejuízo da fertilidade: para avaliação da carcinogenicidade, foi realizado um estudo de dois anos em ratos de ambos os sexos com doses orais de até 63 mg/kg (cerca de 14 vezes o valor da dose oral máxima de 45 mg/m2 recomendada para humanos). Não foram notados tumores provocados pelo fármaco50, com exceção da bexiga66. Em ratos machos, foram notadas neoplasias67 benignas e/ou malignas em células68 transicionais com doses de 4 mg/kg/dia ou mais (aproximadamente igual à dose oral máxima em mg/m2 recomendada para humanos).
Outro estudo de dois anos em carcinogenicidade foi realizado em camundongos de ambos os sexos com doses orais de 100 mg/kg/dia (aproximadamente 11 vezes a dose oral máxima em mg/m2 recomendada para humanos). Não foram notados em nenhum órgão tumores provocados pelo fármaco50. Em roedores que receberam drogas experimentais com dupla atividade PPAR α/γ, foram observados tumores no trato urinário69; porém a pioglitazona é considerada um agonista70 seletivo para PPARγ. Durante a análise prospectiva de citologia urinária que abrangeu acima de 1800 pacientes que utilizaram pioglitazona em estudos clínicos com duração de até 1 ano, nenhum caso novo de tumor71 na bexiga66 foi relatado.
Esporadicamente, valores anormais de citologia urinária mostrando provável malignidade foram notados em pacientes que receberam cloridrato de pioglitazona (0,72%) como em pacientes que receberam placebo23 (0,88%). Em um conjunto de estudos de toxicologia genética, entre eles o teste bacteriano de Ames, um teste de ativação mutagênica de células68 de mamíferos (CHO/HPTR e AS52/XPRT), um teste citogenético in vitro usando células68 CHL, um teste de síntese de DNA não programado e um teste in vivo de micronúcleos, o cloridrato de pioglitazona não foi considerado mutagênico.
Eventos adversos sobre a fertilidade não foram relatados em ratos de ambos os sexos para doses orais de até 40 mg/kg/dia de cloridrato de pioglitazona (cerca de 9 vezes a dose oral máxima em mg/m2 indicada para seres humanos) no período anterior e durante o acasalamento e gestação.
Toxicologia animal: em camundongos, ratos e cães que receberam cloridrato de pioglitazona, cerca de 11, 1 e 2 vezes a dose oral máxima em mg/m2 indicada para seres humanos, respectivamente, foi relatado um aumento do coração72: em camundongos, o aumento relatado foi de 100 mg/kg, enquanto que nos ratos e cães o aumento foi de ≥ 4mg/kg e 3 mg/kg, respectivamente. Em um estudo realizado em ratos, com duração de 1 ano, foi observada morte precoce ligada ao fármaco50 devido a aparente disfunção cardíaca na dose oral de 160 mg/kg/dia (35 vezes a dose oral máxima em mg/m2 indicada para seres humanos). Através de um estudo realizado em macacos com 13 semanas de duração, foi observado um aumento do coração72 com doses orais ≥ 8,9 mg/kg (cerca de 4 vezes a dose oral máxima em mg/m2 indicada para seres humanos), entretanto este efeito não foi observado em estudos de 52 semanas de duração com doses orais de 32 mg/kg (cerca de 13 vezes a dose oral máxima em mg/m2 indicada para seres humanos).
Uso em idosos, crianças e outros grupos de risco
Insuficiência renal73: a meia-vida de eliminação da pioglitazona, M-III e M-IV não sofre alteração em pacientes que apresentam disfunção renal74 moderada (depuração de creatinina75 de 30 a 60 ml/min) a grave (depuração de creatinina75 < 30 ml/min) quando é comparada com indivíduos normais. Para pacientes12 que apresentam disfunção renal74 nenhum ajuste de dose é recomendado (ver Posologia).
Insuficiência hepática46: quando comparados com controles normais, pacientes que apresentam disfunção hepática51 (Child-Pugh grau B/C) possuem uma diminuição de cerca de 45% nas concentrações de pico médias e totais da pioglitazona, porém sem modificação nos valores médios de AUC76. Caso o paciente demonstre evidência clínica de doença hepática51 ativa ou níveis de transaminase sérica superiores a 2,5 vezes o limite superior de normalidade, o tratamento com cloridrato de pioglitazona não deve ser iniciado (ver Advertências e precauções).
Idosos: as concentrações de pico e totais de pioglitazona no sangue77 em pessoas idosas saudáveis não são relevantemente diferentes, entretanto os valores de AUC76 e os de meia-vida terminal são um pouco superiores em relação às pessoas mais jovens. Devido à baixa magnitude, estas alterações não foram consideradas clinicamente importantes. Cerca de 500 pacientes que estavam envolvidos no estudo placebo23-controlado tinha idade igual ou superior a 65 anos. Entre estes pacientes e pacientes mais jovens, não foram observadas diferenças relevantes na segurança ou eficácia.
Crianças: não existem dados disponíveis de farmacocinética em crianças. Uma vez que a segurança e eficácia da pioglitazona não foram avaliadas em crianças, o uso deste medicamento para pacientes12 menores de 18 anos não é recomendado.
Gravidez78: a pioglitazona não foi considerada teratogênica79 em ratos para doses orais até 80 mg ou coelhos que utilizaram até 160 mg/kg durante o período de organogênese (cerca de 17 a 40 vezes a dose oral máxima em mg/m2 indicadas para seres humanos respectivamente). Quando ratos receberam doses orais ≥ 40 mg/kg/dia (cerca de 10 vezes a dose oral máxima em mg/m2 indicada para seres humanos) foram notados parto demorado e embriotoxicidade. Na prole dos ratos, não foram constatadas toxicidade80 funcional ou comportamental. Foi constatada embriotoxicidade em coelhos para um dose oral de 160 mg/kg (cerca de 40 vezes a dose oral máxima em mg/m2 indicada para seres humanos). Na prole de ratos para doses orais ≥ 10 mg/kg (cerca de 2 vezes a dose oral máxima em mg/m2 indicada para seres humanos) durante o término da gestação e lactação81 foi constado um atraso de desenvolvimento pós-natal em virtude ao decréscimo de peso corporal. Não foram realizados estudos adequados e bem controlados em mulheres gestantes. PIOGLIT deve ser utilizado durante a gestação somente quando os potenciais benefícios superarem o risco potencial para o feto82.
Uma vez que dados atuais indicam fortemente que valores de glicose83 no sangue77 fora da normalidade durante a gravidez78 estão relacionados com alta incidência30 de anomalias congênitas84, assim como com o aumento da morbidade85 e mortalidade11 em recém-nascidos, grande parte dos especialistas indicam terapia insulínica durante a gravidez78 para a manutenção dos níveis de glicose83 no sangue77 o mais próximo possível do normal.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Categoria de risco: C
Lactação81: em ratas, pode-se observar a secreção de leite durante o período de lactação81. Em mulheres, não se tem o conhecimento se a pioglitazona é secretada no leite. Considerando que diversos fármacos são secretados no leite humano, o uso de pioglitazona durante o período de lactação81 é contraindicado.
Sexo: em mulheres, foram observados valores médios de Cmax e AUC76 aumentados de 20 a 60%. Tanto em monoterapia como em associação com sulfoniluréia, metformina31 ou insulina10, PIOGLIT é responsável por melhorar o controle da glicemia63 em ambos os sexos. Em estudos clínicos controlados, as reduções da HbA1c9 em relação aos valores basais, foram geralmente superiores em mulheres do que nos homens (diferença média na HbA1c9 de 0,5%). Partindo do princípio que a terapia deve ser de acordo com cada paciente para atingir o controle da glicemia63, a ajuste de dose considerando-se o sexo do paciente não é recomendado.
Etnia: não existem informações sobre farmacocinética para diversos grupos étnicos.