INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS PIOGLIT

Atualizado em 28/05/2016


Foram realizados estudos em voluntários saudáveis para avaliar a associação de cloridrato de pioglitazona 45 mg uma vez ao dia com alguns fármacos. Os resultados estão descritos a seguir.

Contraceptivos orais: a associação de contraceptivo oral (1 mg de noretindrona junto com 0,035 mg de etinilestradiol uma vez ao dia) e cloridrato de pioglitazona 45 mg uma vez ao dia durante 21 dias, provocou uma redução em 11% e 11-14% na AUC1 (0-24h) e na Cmax do etinilestradiol, respectivamente. Não foram observadas alterações relevantes na AUC1 (0-24h) e Cmax da noretindrona. Considerando a elevada variabilidade da farmacocinética do etinilestradiol, a relevância clinica deste achado não é conhecida.

Cloridrato de fexofenadina: a associação de cloridrato de pioglitazona durante 7 dias com 60 mg de fexofenadina administrada por via oral duas vezes ao dia não ocasionou um efeito relevante na farmacocinética da pioglitazona. Por sua vez, a pioglitazona não resultou em um efeito relevante na farmacocinética da fexofenadina

Glipizida2: em voluntários sadios, a associação de 45 mg de pioglitazona e 5 mg de glipizida2, ambas uma vez ao dia por um período de 7 dias não provocou alteração na farmacocinética no estado de equilíbrio da glipizida2.

Digoxina: em voluntários sadios, a associação de 45 mg de pioglitazona e 0,25 mg de digoxina, ambas uma vez ao dia por um período de 7 dias não provocou alteração na farmacocinética no estado de equilíbrio da digoxina.

Varfarina: em voluntários sadios, a associação de 45 mg de pioglitazona uma vez ao dia e varfarina por um período de 7 dias não provocou alteração na farmacocinética no estado de equilíbrio da varfarina. A pioglitazona também não exerceu efeito clinicamente importante no tempo de protrombina3 quando administrada a pacientes que faziam um tratamento crônico4 com varfarina

Metformina5: em voluntários sadios, a associação de 45 mg de pioglitazona uma vez ao dia e metformina5 1 g após um período de 7 dias de pioglitazona não provocou alteração na farmacocinética da dose única da metformina5.

Midazolam: a ingestão de pioglitazona por um período de 15 dias seguido de uma dose única de 7,5 mg de xarope de midazolam provocou uma redução de 26% do Cmax e AUC1 do midazolam.

Cloridrato de ranitidina: a associação de pioglitazona por um período de 7 dias com ranitidina administrada por via oral duas vezes ao dia por 4 ou 7 dias, não provocou um efeito importante na farmacocinética de pioglitazona. Não foi observado um efeito importante da pioglitazona sobre a farmacocinética da ranitidina.

Nifedipina ER: a associação de cloridrato de pioglitazona por um período de 7 dias e nifedipina ER 30 mg administrada por via oral uma vez ao dia durante 4 dias em voluntários do sexo masculino e feminino, proporcionou uma diminuição de aproximadamente 17% do Cmax da nifedipina inalterada sem alteração importante na AUC1. Devido à elevada variabilidade farmacocinética da nifedipina, a relevância clínica deste achado não é conhecida.

Cetoconazol: a associação de 45 mg de cloridrato de pioglitazona uma vez ao dia e 200 mg de cetoconazol duas vezes por 7 dias proporcionou uma diminuição de 34% e 87%, respectivamente, no AUC1 e Cmin da pioglitazona inalterada, porém não foi observada uma alteração relevante do Cmax. A importância clínica da interação farmacocinética observada não é conhecida.

Atorvastatina cálcica: a associação de 45 mg de cloridrato de pioglitazona e 80 mg de atorvastatina cálcica uma vez ao dia por um período de 7 dias provocou uma diminuição do Cmax e da AUC1 da pioglitazona, em 31% e 24%, respectivamente, porém sem modificação importante do Cmin. Para a atorvastatina inalterada, a Cmax e a AUC1 sofreram redução de cerca de 23% e 14% respectivamente, sem modificação importante do Cmin.

Teofilina: a associação de cloridrato de pioglitazona durante um período de 7 dias com 400 mg de teofilina administrada duas vezes ao dia não alterou a farmacocinética de ambos os fármacos.

O metabolismo6 da pioglitazona ocorre em parte pela isoforma do citocromo P450 CYP3A4. Estudos específicos e formais referentes à interação farmacocinética entre pioglitazona e outras droga metabolizadas por esta enzima7, como por exemplo eritromicina, astemizol, cisaprida, ciclosporina, bloqueadores de canais de cálcio, corticosteróides, tacrolimus, trimetrexato e outras drogas inibidoras como o itraconazol não foram realizados.

Genfibrozila: a associação entre genfibrozila, um inibidor de CYP2C8 (600 mg por via oral duas vezes por dia) com 30 mg de pioglitazona por via oral em 10 voluntários sadios anteriormente tratados com genfibrozila por 2 dias (600 mg por via oral duas vezes ao dia) ocasionou em exposição da pioglitazona (AUC0-24) presente em 226% na exposição pioglitazona com genfibrozila ausente.

Rifampicina: a associação de rifampicina, um indutor de CYP2C8 (600 mg via oral uma vez ao dia), com 30 mg de pioglitazona por via oral em 10 voluntários sadios anteriormente tratados com rifampicina por 5 dias (600 mg via oral uma vez ao dia) ocasionou na redução de 54% da AUC1 de pioglitazona.

A enzima7 inibitória de CYP2C8 (como a genfibrozila) pode provocar um aumento relevante da AUC1 de pioglitazona enquanto que a enzima7 indutora de CYP2C8 (como rifampicina) pode provocar uma diminuição relevante na AUC1 de pioglitazona. Com isso, se um indutor ou inibidor de CYP2C8 é iniciado ou interrompido durante a terapia com pioglitazona, podem ser necessárias alterações no tratamento do diabetes8 considerando-se a resposta clínica.

Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 AUC: A área sob a curva ROC (Receiver Operator Characteristic Curve ou Curva Característica de Operação do Receptor), também chamada de AUC, representa a acurácia ou performance global do teste, pois leva em consideração todos os valores de sensibilidade e especificidade para cada valor da variável do teste. Quanto maior o poder do teste em discriminar os indivíduos doentes e não doentes, mais a curva se aproxima do canto superior esquerdo, no ponto que representa a sensibilidade e 1-especificidade do melhor valor de corte. Quanto melhor o teste, mais a área sob a curva ROC se aproxima de 1.
2 Glipizida: Medicamento de uso oral para tratamento do diabetes tipo 2. Estimula a secreção de insulina ligando-se a um receptor específico na célula beta do pâncreas que determina fechamento dos canais de potássio (K+) dependentes de ATP (adenosina-trifosfato), resultando em despolarização da célula. Pertence à classe das sulfoniluréias.
3 Protrombina: Proteína plasmática inativa, é a precursora da trombina e essencial para a coagulação sanguínea.
4 Crônico: Descreve algo que existe por longo período de tempo. O oposto de agudo.
5 Metformina: Medicamento para uso oral no tratamento do diabetes tipo 2. Reduz a glicemia por reduzir a quantidade de glicose produzida pelo fígado e ajudando o corpo a responder melhor à insulina produzida pelo pâncreas. Pertence à classe das biguanidas.
6 Metabolismo: É o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. São essas reações que permitem a uma célula ou um sistema transformar os alimentos em energia, que será ultilizada pelas células para que as mesmas se multipliquem, cresçam e movimentem-se. O metabolismo divide-se em duas etapas: catabolismo e anabolismo.
7 Enzima: Proteína produzida pelo organismo que gera uma reação química. Por exemplo, as enzimas produzidas pelo intestino que ajudam no processo digestivo.
8 Diabetes: Nome que designa um grupo de doenças caracterizadas por diurese excessiva. A mais frequente é o Diabetes mellitus, ainda que existam outras variantes (Diabetes insipidus) de doença nas quais o transtorno primário é a incapacidade dos rins de concentrar a urina.

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