FARMACOCINÉTICA JANUVIA

Atualizado em 28/05/2016

A farmacocinética da sitagliptina foi amplamente caracterizada em indivíduos saudáveis e em pacientes com diabetes tipo 21. Após a administração de uma dose de 100 mg por via oral a voluntários saudáveis, a sitagliptina foi rapidamente absorvida e as concentrações plasmáticas máximas (Tmáx mediano) ocorreram 1 a 4 horas após a dose. A área sob a curva (AUC2) plasmática da sitagliptina aumentou de forma proporcional à dose. Após uma dose única de 100 mg por via oral a voluntários saudáveis, a AUC2 plasmática média da sitagliptina foi de 8,52 mcgM• h, a concentração máxima (Cmáx) foi de 950 nM e a meia-vida terminal aparente (t1/2) foi de 12,4 horas. No estado de equilíbrio, a AUC2 plasmática da sitagliptina aumentou aproximadamente 14% após doses de 100 mg em comparação com a primeira dose. Os coeficientes de variação intra-individuais e interindividuais para a AUC2 da sitagliptina foram pequenos (5,8% e 15,1%). A farmacocinética da sitagliptina foi, em geral, semelhante em voluntários saudáveis e em pacientes com diabetes tipo 21. Absorção: A biodisponibilidade absoluta da sitagliptina é de aproximadamente 87%. Uma vez que a co-administração de uma refeição rica em gordura3 com JANUVIATM não exerceu efeito na farmacocinética, JANUVIATM pode ser administrado com ou sem alimentos. Distribuição: Após uma dose única de 100 mg de sitagliptina por via intravenosa a voluntários saudáveis, o volume médio de distribuição no estado de equilíbrio é de aproximadamente 198 litros. A fração da sitagliptina que se liga reversivelmente às proteínas4 plasmáticas é pequena (38%). Metabolismo5: A sitagliptina é eliminada principalmente de forma inalterada na urina6; o metabolismo5 é uma via de menor importância. Aproximadamente 79% da sitagliptina são excretados de forma inalterada na urina6. Após uma dose oral de [14C]sitagliptina, aproximadamente 16% da radioatividade foram excretados na forma de metabólitos7 de sitagliptina. Seis metabólitos7 foram detectados em níveis-traço e não se espera que contribuam para a atividade inibitória de DPP-4 plasmática da sitagliptina. Estudos in vitro indicaram que a principal enzima8 responsável pelo metabolismo5 limitado da sitagliptina foi a CYP3A4, com contribuição da CYP2C8. Eliminação: Após a administração de uma dose de [14C]sitagliptina por via oral a voluntários saudáveis, aproximadamente 100% da radioatividade administrada foram eliminados nas fezes (13%) ou na urina6 (87%) uma semana após a administração. A t1/2 terminal aparente após uma dose de 100 mg de sitagliptina por via oral foi de aproximadamente 12,4 horas e a depuração renal9 foi de aproximadamente 350 ml/min. A eliminação da sitagliptina ocorre principalmente por excreção renal9 e envolve secreção tubular ativa. A sitagliptina é um substrato para o transportador-3 aniônico orgânico humano (hOAT-3), que pode estar envolvido na eliminação renal9 da sitagliptina. A relevância clínica do hOAT-3 no transporte da sitagliptina não foi estabelecida. A sitagliptina também é um substrato da p-glicoproteína, que também pode estar envolvida na mediação da eliminação renal9 da sitagliptina. No entanto, a ciclosporina, um inibidor da p-glicoproteína, não reduziu a depuração renal9 da sitagliptina. Populações específicas: Insuficiência renal10: Foi conduzido um estudo aberto, de dose única, para avaliar a farmacocinética de JANUVIATM (dose de 50 mg) em pacientes com graus variados de insuficiência renal10 crônica em comparação com voluntários saudáveis de controle. O estudo incluiu pacientes com insuficiência renal10 classificada (com base no clearance de creatinina11) como leve (50 a < 80 ml/min), moderada (30 a < 50 ml/min) e grave (< 30 ml/min), bem como pacientes com insuficiência renal10 terminal (IRT), em hemodiálise12. O clearance de creatinina11 foi medido pelas determinações do clearance de creatinina11 urinária em 24 horas ou estimado a partir da creatinina11 sérica com base na fórmula de Cockcroft-Gault:

CrCl= [140 - idade (anos)] x peso (kg)         {x 0,85 para pacientes13 do sexo feminino}
          [72 x creatinina11 sérica (mg/dl14)]


Os pacientes com insuficiência renal10 leve não apresentaram aumento clinicamente significativo das concentrações plasmáticas da sitagliptina em comparação com os voluntários saudáveis de controle. Em comparação com os voluntários saudáveis de controle, observou-se aumento de aproximadamente 2 vezes na AUC2 plasmática da sitagliptina em pacientes com insuficiência renal10 moderada e aumento de aproximadamente 4 vezes em pacientes com insuficiência renal10 grave e naqueles com IRT em hemodiálise12. A sitagliptina foi modestamente removida por hemodiálise12 (13,5% durante uma sessão de hemodiálise12 de 3 a 4 horas, iniciando-se 4 horas após a dose). Para atingir concentrações plasmáticas de sitagliptina semelhantes às observadas em pacientes com função renal9 normal, recomendam-se doses mais baixas para pacientes13 com insuficiência renal10 moderada e grave, bem como para pacientes13 com IRT e necessidade de hemodiálise12 (ver Posologia e administração, Pacientes com insuficiência renal10). Insuficiência hepática15: Após a administração de uma dose única de 100 mg de JANUVIATM a pacientes com insuficiência hepática15 moderada (escore de Child-Pugh de 7 a 9), a AUC2 média e a Cmáx da sitagliptina aumentaram aproximadamente 21% e 13%, respectivamente, em comparação aos controles pareados saudáveis. Essas diferenças não são consideradas clinicamente significativas. Não é necessário ajuste posológico de JANUVIATM para pacientes13 com insuficiência hepática15 leve ou moderada. Não existe experiência clínica em pacientes com insuficiência hepática15 grave (escore de Child-Pugh > 9). No entanto, como a sitagliptina é eliminada principalmente por via renal9, não se espera que a insuficiência hepática15 grave afete a farmacocinética da sitagliptina. Idosos: Não é necessário ajuste posológico com base na idade. A idade não exerceu impacto clinicamente significativo na farmacocinética da sitagliptina com base em uma análise da farmacocinética populacional dos dados de estudos fases I e II. Os voluntários idosos (65 a 80 anos de idade) apresentaram concentrações plasmáticas da sitagliptina aproximadamente 19% mais altas em comparação com os voluntários mais jovens. Pacientes pediátricos: Não foram conduzidos estudos com JANUVIATM em pacientes pediátricos. Sexo: Não é necessário ajuste posológico com base no sexo. O sexo não exerceu efeito clinicamente significativo na farmacocinética da sitagliptina com base em uma análise composta dos dados de farmacocinética de estudos fase I e em uma análise de farmacocinética populacional dos dados de estudos fases I e II. Raça: Não é necessário ajuste posológico com base na raça. A raça não exerceu efeito clinicamente significativo na farmacocinética da sitagliptina com base em uma análise composta dos dados de farmacocinética de estudos fase I e em uma análise de farmacocinética populacional dos dados de estudos fases I e II, que incluíram voluntários brancos, hispânicos, negros, asiáticos e de outros grupos raciais. Índice de massa corporal16 (IMC17): Não é necessário ajuste posológico com base no IMC17. O índice de massa corporal16 não exerceu efeito clinicamente significativo na farmacocinética da sitagliptina com base em uma análise composta dos dados de farmacocinética de estudos fase I e em uma análise de farmacocinética populacional dos dados de estudos fases I e II. Diabetes tipo 21: A farmacocinética da sitagliptina em pacientes com diabetes tipo 21 é, em geral, semelhante à de voluntários saudáveis.

Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Diabetes tipo 2: Condição caracterizada por altos níveis de glicose causada tanto por graus variáveis de resistência à insulina quanto por deficiência relativa na secreção de insulina. O tipo 2 se desenvolve predominantemente em pessoas na fase adulta, mas pode aparecer em jovens.
2 AUC: A área sob a curva ROC (Receiver Operator Characteristic Curve ou Curva Característica de Operação do Receptor), também chamada de AUC, representa a acurácia ou performance global do teste, pois leva em consideração todos os valores de sensibilidade e especificidade para cada valor da variável do teste. Quanto maior o poder do teste em discriminar os indivíduos doentes e não doentes, mais a curva se aproxima do canto superior esquerdo, no ponto que representa a sensibilidade e 1-especificidade do melhor valor de corte. Quanto melhor o teste, mais a área sob a curva ROC se aproxima de 1.
3 Gordura: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Os alimentos que fornecem gordura são: manteiga, margarina, óleos, nozes, carnes vermelhas, peixes, frango e alguns derivados do leite. O excesso de calorias é estocado no organismo na forma de gordura, fornecendo uma reserva de energia ao organismo.
4 Proteínas: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Alimentos que fornecem proteína incluem carne vermelha, frango, peixe, queijos, leite, derivados do leite, ovos.
5 Metabolismo: É o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. São essas reações que permitem a uma célula ou um sistema transformar os alimentos em energia, que será ultilizada pelas células para que as mesmas se multipliquem, cresçam e movimentem-se. O metabolismo divide-se em duas etapas: catabolismo e anabolismo.
6 Urina: Resíduo líquido produzido pela filtração renal no organismo, estocado na bexiga e expelido pelo ato de urinar.
7 Metabólitos: Qualquer composto intermediário das reações enzimáticas do metabolismo.
8 Enzima: Proteína produzida pelo organismo que gera uma reação química. Por exemplo, as enzimas produzidas pelo intestino que ajudam no processo digestivo.
9 Renal: Relacionado aos rins. Uma doença renal é uma doença dos rins. Insuficiência renal significa que os rins pararam de funcionar.
10 Insuficiência renal: Condição crônica na qual o corpo retém líquido e excretas pois os rins não são mais capazes de trabalhar apropriadamente. Uma pessoa com insuficiência renal necessita de diálise ou transplante renal.
11 Creatinina: Produto residual das proteínas da dieta e dos músculos do corpo. É excretada do organismo pelos rins. Uma vez que as doenças renais progridem, o nível de creatinina aumenta no sangue.
12 Hemodiálise: Tipo de diálise que vai promover a retirada das substâncias tóxicas, água e sais minerais do organismo através da passagem do sangue por um filtro. A hemodiálise, em geral, é realizada 3 vezes por semana, em sessões com duração média de 3 a 4 horas, com o auxílio de uma máquina, dentro de clínicas especializadas neste tratamento. Para que o sangue passe pela máquina, é necessária a colocação de um catéter ou a confecção de uma fístula, que é um procedimento realizado mais comumente nas veias do braço, para permitir que estas fiquem mais calibrosas e, desta forma, forneçam o fluxo de sangue adequado para ser filtrado.
13 Para pacientes: Você pode utilizar este texto livremente com seus pacientes, inclusive alterando-o, de acordo com a sua prática e experiência. Conheça todos os materiais Para Pacientes disponíveis para auxiliar, educar e esclarecer seus pacientes, colaborando para a melhoria da relação médico-paciente, reunidos no canal Para Pacientes . As informações contidas neste texto são baseadas em uma compilação feita pela equipe médica da Centralx. Você deve checar e confirmar as informações e divulgá-las para seus pacientes de acordo com seus conhecimentos médicos.
14 Mg/dL: Miligramas por decilitro, unidade de medida que mostra a concentração de uma substância em uma quantidade específica de fluido.
15 Insuficiência hepática: Deterioração grave da função hepática. Pode ser decorrente de hepatite viral, cirrose e hepatopatia alcoólica (lesão hepática devido ao consumo de álcool) ou medicamentosa (causada por medicamentos como, por exemplo, o acetaminofeno). Para que uma insuficiência hepática ocorra, deve haver uma lesão de grande porção do fígado.
16 Índice de massa corporal: Medida usada para avaliar se uma pessoa está abaixo do peso, com peso normal, com sobrepeso ou obesa. É a medida mais usada na prática para saber se você é considerado obeso ou não. Também conhecido como IMC. É calculado dividindo-se o peso corporal em quilogramas pelo quadrado da altura em metros. Existe uma tabela da Organização Mundial de Saúde que classifica as medidas de acordo com o resultado encontrado.
17 IMC: Medida usada para avaliar se uma pessoa está abaixo do peso, com peso normal, com sobrepeso ou obesa. É a medida mais usada na prática para saber se você é considerado obeso ou não. Também conhecido como IMC. É calculado dividindo-se o peso corporal em quilogramas pelo quadrado da altura em metros. Existe uma tabela da Organização Mundial de Saúde que classifica as medidas de acordo com o resultado encontrado.

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