
MICROBIOLOGIA INVIRASE
Atividade antiviral in vitro
A atividade antiviral in vitro do saquinavir foi estudada em linhagens celulares monocíticas e linfoblastóides e em linfócitos do sangue1 periférico. O saquinavir inibiu a atividade do HIV2 em células3 infectadas tanto de forma crônica como aguda. Os valores de CI50 (50% da concentração inibitória) ficaram na faixa de 1-30 nM. Em cultura de células3, o saquinavir demonstrou desde efeitos aditivos a sinérgicos contra
o HIV2 em esquemas terapêuticos de associação dupla ou tripla com inibidores da transcriptase reversa zidovudina (AZT), zalcitabina (ddC) e didanosina (ddI) sem aumento da citotoxicidade.
Resistência
Foram selecionados in vitro isolados do HIV2 com sensibilidade reduzida ao saquinavir.
A análise genotípica desses isolados demonstrou a existência de mutações de substituição na proteinase do HIV2 nos aminoácidos nas posições 48 (glicina por valina) e 90 (leucina por metionina).
As alterações fenotípicas4 e genotípicas nos isolados de HIV2 de pacientes tratados com saquinavir também foram monitoradas em ensaios clínicos5 de Fases I e II. As alterações fenotípicas4 foram definidas como sendo uma redução de 10 vezes na sensibilidade, a partir do estado basal. Duas mutações da proteinase viral (L90M e/ou G48V, com predominância da primeira) foram encontradas em vírus6 de pacientes tratados,
mas não nos dos pacientes não tratados. A incidência7 ao longo dos estudos das alterações genotípicas e fenotípicas4 nos subgrupos de pacientes estudados durante um período de 16-74 semanas (tempo médio de observação de aproximadamente 1 ano) é apresentada na Tabela 1. Entretanto, não foi estabelecida a relevância clínica das alterações genotípicas e fenotípicas4 associadas com o tratamento com saquinavir.
Tabela 1. Incidência7 de Alterações Genotípicas e Fenotípicas4 em Pacientes Tratados com Saquinavir
Invirase (Saquinavir) Genotípicas* Fenotípicas4*
Monoterapia 15/33(45%) 5/11(45%)
Terapia de
Associação 16/52(31%( 11/29(38%)
*Ocorreu mutação8 dupla (G48V) e (L90M) em dois de 33 pacientes recebendo monoterapia
**Em alguns pacientes as alterações genotípicas e fenotípicas4 não estavam relacionadas.
Resistência cruzada com
outros anti-retrovirais
A resistência cruzada potencial frente ao HIV2 entre os inibidores da proteinase não foi totalmente explorada. Portanto, é desconhecido o efeito que o tratamento com o saquinavir terá sobre a atividade dos inibidores da proteinase subseqüentes. A resistência cruzada entre saquinavir e inibidores de transcriptase reversa é improvável em função dos diferentes alvos enzimáticos envolvidos. Isolados de HIV2 AZT-resistentes
demonstraram ser sensíveis ao saquinavir in vitro.