MECANISMO DE AÇÃO VISUDYNE
Grupo farmacoterapêutico: Outros agentes antineoplásicos; código ATC: L01 XX.A Verteporfina é um derivado monoacídico de uma benzoporfirina (BPD-MA), consiste
numa mistura 1:1 de dois regioisômeros igualmente ativos, BPD- MAC e BPD-MAD. A
Verteporfina é utilizada como um fármaco1 ativado pela luz (fotossensibilizante). O
tratamento de uma doença por intermédio de um fármaco1 ativado pela luz é conhecido
como Terapia Fotodinâmica (TFD).
A dose clinicamente recomendada de Verteporfina, por si só, não é citotóxica. A
Verteporfina só produz agentes citotóxicos2 após ativação pela luz, na presença de
oxigênio. Quando a energia absorvida pela porfirina é transferida para o oxigênio,
assiste-se à formação de oxigênio singleto altamente reativo e com um tempo de meiavida
muito curto. O oxigênio singleto provoca lesões3 nas estruturas biológicas vizinhas,
provocando uma oclusão vascular4 local, lesões3 celulares e, sob certas condições, a
morte celular.
No plasma5, a verteporfina é transportada essencialmente pelas Lipoproteínas de Baixa
Densidade.No plasma5, a Verteporfina é transportada essencialmente pelas A
seletividade da terapia fotodinâmica com Verteporfina é o resultado, além da exposição
localizada à radiação, da captação e retenção de Verteporfina de forma rápida e seletiva,
pelas células6 em proliferação rápida, incluindo as células6 endoteliais da neovasculatura
da coróide (NVC).
Em comparação com as células6 quiescentes, as células6 em crescimento/proliferação
rápida captam uma quantidade superior de Verteporfina. Os resultados de ensaios
clínicos e de estudos realizados em modelos neovasculares, utilizando olhos7 de coelhos
e de macacos, após administração intravenosa de Verteporfina seguida de tratamento
com radiação (689 nm), revelaram a oclusão seletiva dos neovasos, permanecendo
abertos os vasos coroideos normais. A oclusão dos NVC após tratamento com
VISUDYNE foi confirmada por angiografia8 com fluoresceína.
Degeneração9 da mácula10 relacionada a idade
O VISUDYNE foi estudado em dois estudos multicêntricos, duplo-cegos,
randomizados, controlados com placebo11 ( BPD OCR 002 A e B ). Foram recrutados 609
pacientes ( 402 com VISUDYNE e 207 com placebo11 ). O objetivo foi demonstrar a
eficácia a longo prazo e a segurança da Terapia Fotodinâmica ( TFD ) com verteporfina
em limitar a diminuição da acuidade visual12 em pacientes com neovascularização13 da
coróide subfoveal ( NVC ), devida à degeneração macular14 relacionada a idade ( DMRI).
Foi considerada como variável primária de eficácia a taxa de pacientes que responderam
ao tratamento, definida como a proporção de pacientes que perderam menos de 15 letras
( equivalente a 3 linhas ) de acuidade visual12 ( medida com as cartas ETDRS ) no mês
12, em comparação ao processo inicial.
Para o tratamento foram considerados os seguintes critérios de inclusão: pacientes com
mais de 50 anos de idade, presença de NVC secundária a DMRI, presença de
componentes da lesão15 clássica da NVC ( definida como uma área bem demarcada por
angiografia8 fluoresceinica ), NVC localizada na subfóvea ( envolvendo o centro
geométrico da zona foveal não vascularizada ), área de NVC clássica mais oculta ?
50% da superfície total da lesão15, maior dimensão linear de toda a lesão15, área de disco de
Fotocoagulação macular ( MPS ) e uma acuidade visual12 corrigida entre 34 e 73 letras (
isto é, cerca de 20/40 e 20/200 ) no olho16 tratado. Foi permitida a presença de lesões3
ocultas de NVC ( fluoresceina não bem-demarcada no angiograma ).
Os resultados indicam que, aos 12 meses, o VISUDYNE foi estatisticamente superior
ao placebo11 em termos de proporção de pacientes que responderam ao tratamento. Os
estudos mostraram uma diferença de 15% entre os grupos de tratamento ( 61% para os
pacientes tratados com VISUDYNE quando comparados com 46% dos pacientes
tratados com placebo11, p <0,001, análise ITT ). Esta diferença de 15% entre os grupos de
tratamento foi confirmada aos 24 meses ( 53% dos pacientes tratados com VISUDYNE
versus 38% dos pacientes tratados com placebo11, p<0,001).
O subgrupo de pacientes com lesões3 de NVC predominantemente clássicas ( N=243;
VISUDYNE 159, placebo11 84 ) foi o que, com maior probabilidade, evidenciou um
maior benefício com o tratamento. Após 12 meses, estes pacientes revelaram uma
diferença de 28% entre os grupos de tratamento ( 67% para os pacientes com
VISUDYNE comparados com 39% para os pacientes com placebo11, p<0,001); o
benefício manteve-se aos 24 meses ( 59% versus 31%, p<0,001).
Outro estudo randomizado17, versusplacebo, duplo-cego, multicêntrico, com a duração de
24 meses ( BPD OCR 003 AMD ) foi realizado em pacientes com DMRI caracterizada
somente como NVC subfoveal oculta, ou NVC clássica com a acuidade visual12 > 73
letras ( 20/40 ). Aos 12 meses, o estudo não apresentou quaisquer resultados
estatisticamente significativos nos parâmetros primários de eficácia ( taxa de
respondedores ao tratamento ).
Miopia18 patológica
Foi realizado um estudo multicêntrico, randomizado19, duplo-cego, versus placebo11, ( BPD
OCR 003 PM ) em pacientes com neovascularização13 da coróide subfoveal provocada
por miopia18 patológica. Foram recrutados um total de 120 pacientes ( 81 VISUDYNE,
39 placebo11 ). Foi conduzida uma análise de segurança e eficácia aos 12 meses, com
96% dos pacientes concluindo esta fase do estudo. A diferença na acuidade visual12 entre
os dois grupos de tratamento ao fim de 12 meses de análise favoreceram
estatisticamente o VISUDYNE. No desfecho de eficácia primário ( porcentagem de
pacientes que perderam menos de 3 linhas de acuidade visual12 ), estes pacientes
apresentaram uma diferença de aproximadamente 20% entre os dois grupos ( 86% para
o VISUDYNE versus 67% para o placebo11, p=0,011 ). A porcentagem de pacientes que
perderam menos de 1,5 linhas foi de 72% ( VISUDYNE ) versus 44% ( placebo11 ),
representando uma diferença de 28% entre os grupos de tratamento ( p=0,003).