INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS XARELTO
Interações farmacocinéticas
A rivaroxabana é eliminada principalmente pelo metabolismo1 hepático mediado pelo citocromo P450 (CYP 3A4, CYP 2J2) e por excreção renal2 do fármaco3 inalterado, envolvendo sistemas de transportadores glicoproteína-P (gp-P) / proteína de resistência ao câncer4 de mama5 (Bcrp).
Inibição do CYP
A rivaroxabana não inibe o CYP 3A4 nem qualquer outra isoforma principal de CYP.
Indução do CYP
A rivaroxabana não induz o CYP 3A4 nem qualquer outra isoforma principal de CYP.
Efeitos na rivaroxabana
O uso concomitante de Xarelto® (rivaroxabana) com inibidores potentes do CYP 3A4 e de gp-P pode levar à redução da depuração hepática6 e renal2 e, deste modo, ao aumento significativo da exposição sistêmica.
A coadministração de Xarelto® (rivaroxabana) com o antimicótico azólico cetoconazol (400 mg uma vez ao dia), um potente inibidor do CYP 3A4 e de gp-P, levou a um aumento de 2,6 vezes da AUC7 média da rivaroxabana no estado de equilíbrio e um aumento de 1,7 vezes da Cmáx média da rivaroxabana, com elevações significativas de seus efeitos farmacodinâmicos.
A coadministração de Xarelto® (rivaroxabana) com o inibidor de protease do HIV8 ritonavir (600 mg duas vezes ao dia), um potente inibidor de CYP 3A4 e de gp-P, levou a um aumento de 2,5 vezes da AUC7 média da rivaroxabana e a um aumento de 1,6 vezes da Cmáx média de rivaroxabana, com elevações significativas de seus efeitos farmacodinâmicos.
Portanto, Xarelto® (rivaroxabana) não é recomendado em pacientes que estejam recebendo tratamento sistêmico9 concomitante com antimicóticos azólicos ou inibidores de proteases do HIV8 (ver Advertências e Precauções).
Para outros fármacos que inibam potentemente apenas uma das vias de eliminação da rivaroxabana, seja CYP 3A4 ou gp-P, é esperado que o aumento das concentrações plasmáticas de rivaroxabana seja de menor extensão.
A claritromicina (500 mg duas vezes ao dia), considerada um potente inibidor do CYP 3A4 e inibidor moderado da gp-P, levou ao aumento de 1,5 vezes da AUC7 média da rivaroxabana e de 1,4 vezes da Cmáx. Este aumento, que está próximo à magnitude da variabilidade normal da AUC7 e Cmáx, é considerado clinicamente irrelevante.
A eritromicina (500 mg três vezes ao dia), que inibe moderadamente CYP 3A4 e gp-P, levou a um aumento de 1,3 vezes da AUC7 e da Cmáx média da rivaroxabana. Este aumento está dentro da magnitude de variabilidade normal de AUC7 e Cmáx e é considerado clinicamente irrelevante.
O fluconazol (400 mg uma vez ao dia), considerado um inibidor moderado do CYP 3A4, levou a um aumento de 1,4 vezes da AUC7 média da rivaroxabana e 1,3 vezes da Cmáx. Este aumento está dentro da magnitude de variabilidade normal da AUC7 e Cmáx e é considerado como clinicamente irrelevante (ver Advertências e Precauções).
Em função de dados clínicos limitados disponíveis com dronedarona, a coadministração deve ser evitada.
A coadministração de Xarelto® (rivaroxabana) com o potente indutor de CYP 3A4 e de gp-P rifampicina, levou a uma diminuição aproximada de 50% da AUC7 média da rivaroxabana, havendo diminuições paralelas em seus efeitos farmacodinâmicos (ver Propriedades Farmacocinéticas).
O uso concomitante de Xarelto® (rivaroxabana) com outros indutores potentes do CYP 3A4 (por exemplo, fenitoína, carbamazepina, fenobarbital ou Erva de São João) também pode levar a uma diminuição da concentração plasmática de rivaroxabana. Indutores potentes do CYP 3A4 devem ser coadministrados com cautela (ver Propriedades Farmacocinéticas).
Interações farmacodinâmicas
Após administração combinada de enoxaparina (40 mg em dose única) com Xarelto® (rivaroxabana) (10 mg em dose única), foi observado um efeito aditivo sobre a atividade anti fator Xa sem qualquer efeito adicional sobre os testes de coagulação10 (TP, TTPa). A enoxaparina não afetou a farmacocinética da rivaroxabana (ver Advertências e Precauções).
O clopidogrel (300 mg em dose de ataque, seguida por 75 mg de dose de manutenção) não mostrou interação farmacocinética (com Xarelto® (rivaroxabana) 15 mg), mas foi observado um aumento relevante dos tempos de sangramento num subgrupo de pacientes, e esse efeito não foi correlacionado à agregação plaquetária, à P-selectina ou aos níveis de receptores de GPIIb/IIIa (ver Advertências e Precauções).
Não foi observado prolongamento clinicamente relevante do tempo de sangramento após administração concomitante de Xarelto® (rivaroxabana) (15 mg) e 500 mg de naproxeno. Todavia, pode haver indivíduos com resposta farmacodinâmica mais pronunciada (ver Advertências e Precauções).
Ao converter pacientes de varfarina (RNI 2,0 - 3,0) para Xarelto® (rivaroxabana) (20 mg) ou de Xarelto® (rivaroxabana) (20 mg) para varfarina (RNI 2,0 - 3,0) aumentou o tempo de protrombina11 (TP)/RNI (Neoplastin®) mais que aditivamente (valores individuais de RNI de até 12 podem ser observados), enquanto os efeitos sobre o TTPa, a inibição da atividade do fator Xa e o potencial de trombina12 endógena foram aditivos.
Se for desejado testar os efeitos farmacodinâmicos de Xarelto® (rivaroxabana) durante o período de conversão, a atividade anti-fator Xa, PiCT e HepTest® podem ser usados como testes, os quais não são afetados pela varfarina.
A partir de quatro dias da interrupção da varfarina, todos os testes (incluindo o TP, TTPa, a inibição da atividade do fator Xa e ETP) refletiram apenas o efeito do Xarelto® (rivaroxabana) (ver Posologia e Modo de Usar).
Se for desejado testar os efeitos farmacodinâmicos da varfarina durante o período de conversão, a avaliação da RNI pode ser utilizada na concentração mínima da rivaroxabana (24 horas após a ingestão anterior da rivaroxabana) uma vez que este teste é minimamente afetado pela rivaroxabana neste ponto de tempo.
Nenhuma interação farmacocinética foi observada entre varfarina e Xarelto® (rivaroxabana).
Alimentos e laticínios
Xarelto® (rivaroxabana) 15 mg e Xarelto® (rivaroxabana) 20 mg devem ser tomados com alimentos (ver Propriedades Farmacocinéticas).
Interações que demonstraram não existir
Não houve interações farmacocinéticas mútuas entre rivaroxabana e midazolam (substrato de CYP 3A4), digoxina (substrato de glicoproteína-P) ou atorvastatina (substrato de CYP 3A4 e gp-P).
A coadministração do inibidor da bomba de prótons omeprazol, do antagonista13 do receptor H2 ranitidina, do antiácido14 hidróxido de alumínio / hidróxido de magnésio, naproxeno, clopidogrel ou enoxaparina não afetou a biodisponibilidade e a farmacocinética da rivaroxabana.
Não foram observadas interações farmacocinéticas ou farmacodinâmicas clinicamente significativas quando Xarelto® (rivaroxabana) foi coadministrado com 500 mg de ácido acetilsalicílico.
Interações com parâmetros laboratoriais
Os testes de parâmetros da coagulação10 (TP, TTPa, HepTest®) são afetados como esperado pelo modo de ação de Xarelto® (rivaroxabana) (ver Propriedades Farmacodinâmicas).